SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Duas estações de bombeamento de petróleo foram alvos de um ataque com drones nesta terça (14) próximo à capital da Arábia Saudita, Riad, o que forçou a estatal Aramco a paralisar suas operações em um oleoduto, anunciou o ministro da Energia do reino, Khalid al-Falih.

Este é o segundo ataque comunicado pela Arábia Saudita desde domingo (12), quando o país afirmou que dois navios petroleiros foram sabotados no Golfo Pérsico. Os Emirados Árabes Unidos (EAU) também relataram os incidentes, que teriam incluído, além das embarcações sauditas, um navio seu e outro de bandeira norueguesa.

As ações ocorrem em meio a um aumento de tensão entre EUA e Irã após Washington deixar o acordo nuclear com o país e aumentar as sanções e sua presença militar na região.

O presidente Donald Trump negou uma reportagem do The New York Times que afirmava que os Estados Unidos discutiam planos de enviar 120 mil militares para o Oriente Médio.

“É fake news, ok? Eu faria isso? Absolutamente [sim]. Mas não temos esse plano. Espero que não tenhamos de planejar isso. E se o fizéssemos, seria com muitos mais soldados”, disse ele.

O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, afirmou que não haverá guerra com os EUA. “A nação iraniana escolheu o caminho da resistência”.

Segundo o reino saudita, as duas estações de bombeamento foram alvejadas pela manhã por drones armados, o que causou um incêndio e pequenos danos a uma delas. A localização exata das estações não foi informada.

A ação ocorreu entre 6h e 6h30 (0h e 0h30 em Brasília), de acordo com o ministro. O oleoduto afetado tem 1.200 km de extensão e capacidade de transportar o equivalente a 5 milhões de barris por dia.

Suas operações foram interrompidas temporariamente, o que não afetará a exportação de petróleo saudita, disse Falih.

O ataque foi reivindicado pelos rebeldes houthis do vizinho Iêmen, que disseram ter agido em “resposta aos crimes” e ao bloqueio da Arábia Saudita contra seu país.

“Nosso povo não tem outra opção além de se defender com todas as forças”, afirmou em uma rede social a autoridade rebelde Mohammed Abdel.

A Arábia Saudita intervém militarmente no conflito no Iêmen desde 2015 para ajudar o governo frente aos rebeldes houthi, apoiados pelo Irã.

“Esses ataques provam, uma vez mais, que é importante para nós enfrentar as entidades terroristas, incluindo as milícias houthi no Iêmen, que são apoiadas pelo Irã”, afirmou o ministro saudita.

Os EAU e a Arábia Saudita são aliados próximos dos EUA, que continuam a endurecer a posição contra Teerã, seja sobre a questão nuclear ou sobre suas “ações desestabilizadoras” no Oriente Médio.