Divulgação/twitter.com/IDV_EC) – Divulgação / CBF – Valquir Aureliano – Ramirez disse “não” ao Athletico no domingo

Desejos não correspondidos. A busca por alguém que preencha as necessidades. A dificuldade para se achar alguém. Paixões rejeitadas. Dinheiro em jogo. Pretendentes que não são bem aceitos. Itens que parecem coisa de novela. E são. Mas os personagens desse folhetim são Athletico, Coritiba e Paraná em busca de treinadores. A procura por um treinador nunca é uma coisa nova – e, se demora, vira uma novela, no jargão futebolístico. O ineditismo do folhetim deste ano é que os três clubes buscam — pu buscavam — treinadores ao mesmo tempo. E levaran muito tempo para isso. Três roteiros que formam uma “supernovela”.

Depois de quase um mês de procura, o Coritiba ao menos conseguiu alguém para chamar de seu. Trata-se de Eduardo Barroca, 37 anos. Não era a primeira opção. Jorginho, o primeiro pretendente, queria revalidar o casamento com o Coritiba iniciado em setembro. Mas o dinheiro falou mais alto. Sem acordo financeiro entre as partes, a paixão coxa-branca foi rejeitada por Jorginho.

Barroca também não era a segunda opção: era Odair Hellmann. Mas, quando o Coritiba pensou em anunciar-se como pretendente a ele, descobriu que Hellmann já tinha se arranjado com outro – no caso, o Fluminense. Na seara de opções subsequentes, Barroca foi quem aceitou o clube do Alto da Glória, cuja confirmação ocorreu na sexta-feira (20). Haverá final feliz para essa novela? Só o tempo dirá.

O Paraná Clube está sem técnico desde o dia 30 de novembro, quando se encerrou o contrato de Matheus Costa. Diante de um cenário que parecia não contar com ele para 2020, o treinador se antecipou e avisou que procuraria novos ares. O clube não se mexeu. E não deverá se mexer antes do dia 26. Nessa data, o Conselho Deliberativo abrirá os envelopes dos pretendentes ao departamento de futebol do clube. Há dois potenciais interessados: Sérgio Malucelli e Eduardo Uram.

Nessa novela tricolor, Malucelli e Uram aparecem como cavaleiros salvadores. Mas, para salvar o Paraná, eles podem abandonar seus atuais relacionamentos. Malucelli é o gestor do Londrina, com quem tem contrato até o fim de 2020 – o empresário pretende romper, no mais tardar, em abril. Uram, empresário de jogadores, tem ligações com a Tombense (MG). Leva jogadores para lá para revendê-los. O novo treinador do Paraná dependerá da vontade do cavaleiro que levar a melhor nesse duelo.

O Athletico, por fim, busca um treinador desde novembro, quando Tiago Nunes disse que iria para o Corinthians. Embora ainda tivesse contrato com o Furacão, ele foi mandado embora por Mario Celso Petraglia, o homem-forte do clube. Eduardo Barros assumiu e o time não perdeu nenhuma partida das 8 disputadas no Brasileirão. Mas o clube achou que tratava-de se uma relação jovem demais e o colocou no time sub-23, que vai disputar o Campeonato Paranaense.

Em busca de uma relação mais madura, o Athletico foi atrás de Rogério Ceni. Ele fez charminho e, depois de uma semana, preferiu a estabilidade do casamento em que estava, com o Fortaleza, que arriscar-se num novo matrimônio com o Furacão. Sem plano B definido, o clube cogitou (e ainda cogita) um par que venha de fora. Depois de tentar Sebastian Beccacece (argentino) e Domenec Torrent (espanhol), o alvo mais provável no momento era Miguel Angel Ramirez, espanhol que está no Independiente del Valle. Era, já que um novo capítulo dessa novela ocorreu neste sábado (21): a imprensa do Equador diz que Ramirez não sairá de lá. Seja quem for o escolhido, tudo dependerá da palavra final de Petraglia. Parafraseando os folhetins, é ele o senhor dos destinos dentro do clube.