José Tramontin/ athletico.com.br – Pedro Henrique é agarrado na área pela zaga do Fluminense: pênalti não marcado e time na bronca após mais uma derrota fora de casa

O Athletico Paranaense segue sem vencer como visitante no Campeonato Brasileiro de 2022. Na noite deste sábado (14 de maio) o tropeço foi diante do Fluminense, no Estádio Raulino de Oliveira, em Volta Redonda (RJ). Na segunda partida sob o comando de Luiz Felipe Scolari, o time rubro-negro errou muito quando teve a bola nos pés e foi dominado a maior parte do tempo, perdendo por 2 a 1. É a primeira derrota na era Felipão.

Os cariocas começaram o jogo no ataque e largaram na frente do placar logo no início do confronto, em gol marcado pelo argentino Germán Cano. Ainda assim, o Furacão chegou a dar mostras de que poderia reagir. Pablo, por exemplo, teve duas chances claras de gol e desperdiçou. Já Pedro Henrique sofreu um pênalti após uma cobrança de escanteio, mas o árbitro não assinalou a falta. O segundo tempo, contudo, foi de amplo domínio do Tricolor, que voltou a balançar a rede com Cano. Matheus Felipe ainda descontou o placar nos acréscimos, mas já não havia tempo para tentar um empate.

Com o placar, o Athletico estaciona nos seis pontos em seis rodadas (duas vitórias e quatro derrotas) e aparece na 14ª colocação do Brasileirão. O Fluminense chega aos oito pontos (duas vitórias, dois empates e duas derrotas) e está em 11º lugar.

Os dois times agora voltam suas atenções para competições continentais. O Athletico volta a campo na próxima quarta-feira, às 19 horas, quando recebe o Libertad (do Paraguai) na Arena da Baixada, em partida válida pela quinta rodada da fase de grupos da Copa Libertadores. Já o Fluminense joga no dia seguinte, às 19h15, quando visita o Unión de Santa Fe (da Argentina) pela Copa Sul-Americana.

NOVAS ERAS

Furacão e Tricolor trocaram recentemente de técnico. Do lado paranaense, Fábio Carille foi demitido e o pentacampeão Felipão assumiu. Ele estreou na vitória diante do Tocantinópolis, na Copa do Brasil, e hoje fez seu segundo jogo no comando do rubro-negro. Do lado carioca, Fernando Diniz substituiu Abel Braga e está invicto no cargo: são três vitórias (contra Junior Barranquilla, pela Copa Sul-Americana, e Vila Nova, pela Copa do Brasil, além do jogo de hoje) e um empate (contra o Palmeiras, no campeonato nacional).

ESCALAÇÕES

O Athletico viajou para Volta Redonda com seis baixas: o meia Terans, os centroavantes Marcelo Cirino, Matheus Babi e Rômulo), o meio-campista Léo Cittadini e o zagueiro Thiago Heleno. Felipão optou, então, por apostar em um meio de campo mais combativo, com os volantes Hugo Moura, Erick e Matheus Fernandes, e um trio de ataque com Canobbio, Pablo e Vitinho.

No Fluminense, o técnico Fernando Diniz não pôde contar com o atacante Fred, o lateral Samuel Xavier e os meio-campistas Ganso e Felipe Melo. Já a principal novidade no onze inicial foi o volante Yago Felipe atuando improvisado na lateral-direita.

PRIMEIRO TEMPO

O Fluminense mandou no jogo nos primeiros minutos, criou logo de cara duas boas chances de gol e não demorou para o gol sair: aos oito minutos, o volante Wellington (que jogou no Athletico entre 2018 e 2020) acertou ótimo lançamento para Cano, que driblou Pedro Henrique na entrada da área e acertou um belo chute cruzado, que ainda tocou na trave antes de balançar a rede.

Com a vantagem no placar, os cariocas reduzira um pouco o ritmo e o Furacão passou a ganhar campo no ataque. Primeiro tentou dois chutes de longe que não levaram maior perigo. Depois, criou duas grandes oportunidades que terminaram nos pés de Pablo, que desperdiçou. E ainda houve um lance polêmico após cobrança de escanteio, no qual o zagueiro Pedro Henrique foi, literalmente, abraçado por dois marcadores dentro da área, em lance fora da disputa pela bola. A arbitragem, contudo, nada assinalou.

SUBSTITUIÇÕES

Houve duas mudanças em função de lesões na etapa inicial, com o zagueiro Luccas Claro substituindo David Braz no Fluminense (aos 26-1º) e o meia-atacante Cuello entrando em campo no lugar de Vitinho no Athletico (já nos acréscimos da etapa inicial).

Na volta para o segundo tempo, Felipão mandou Marlos a campo, sacando Erick. Aos 14, teve de tirar Matheus Fernandes, lesionado, e promoveu a entrada de Pablo Siles. Aos 28, as duas últimas alterações, com Pedro Rocha e Vitor Roque substituindo Pablo e Canobbio.

Do lado Tricolor, Fernando Diniz colocou em campo o atacante Willian Bigode e o meia Jhon Arias nas vagas de Nathan e Martinelli, aos nove minutos. Aos 39 foi a vez de Nonato substituir André e, três minutos depois, colocou ainda Caio Paulista no lugar de Luiz Henrique.

SEGUNDO TEMPO

A etapa final começou com os dois times atuando em intensidade menor, buscando menos o gol. Isso até as primeiras substituições de Diniz, que fizeram o time da casa voltar a se encontrar no jogo e controlar as ações, tanto ofensiva (criando oportunidades de gol) como defensivamente (bloqueando as tentativas de incursão do adversário).

O prêmio veio aos 32 minutos, numa jogada de futevôlei que terminou com Germân Cano – de novo ele – dominando a bola com muita categoria dentro da área e chutando de voleio, no ângulo.

Nos minutos finais da partida, o zagueiro Matheus Felipe ainda descontou para o Athletico, mas não houve tempo para a equipe buscar uma reação.

NÚMEROS DO JOGO

Ao final da partida, o Fluminense havia somado 63,4% da posse de bola, com 523 passes trocados e precisão de 87% (errou apenas um em cada dez passes, basicamente). O Athletico, por sua vez, teve 36,6% da posse e trocou 289 passes, com precisão de 76% (errou um em cada quatro passes tentados). Nas finalizações a gol e nos escanteios, porém, vantagem numérica para os paranaenses, que arremataram 12 vezes contra o gol adversário (contra 11 chutes do Tricolor) e conseguiram cinco escanteios (contra quatro do adversário).

FICHA TÉCNICA

Fluminense 2 x 1 Athletico-PR

Fluminense: Fábio; Yago Felipe, Nino, David Braz (Luccas Claro) e Pineida; Wellington, André (Nonato), Martinelli (Jhon Arias) e Nathan (Willian Bigode); Luiz Henrique (Caio Paulista) e Germán Cano. Técnico: Fernando Diniz
Athletico: Bento; Khellven, Pedro Henrique, Matheus Felipe e Abner; Hugo Moura, Erick (Marlos) e Matheus Fernandes (Pablo Siles); Canobbio (Vitor Roque), Pablo (Pedro Rocha) e Vitinho (Cuello). Técnico: Felipão
Gols: Germán Cano (8-1º e 32-2º) e Matheus Felipe (45-2º)
Cartões amarelos: Pablo Siles, Cuello (A); Jhon Arias, Willian Bigode (F)
Árbitro: Ramon Abel (SC)
Local: Estádio Raulino de Oliveira, em Volta Redonda (RJ), sábado (14 de maio) às 21 horas

PRINCIPAIS LANCES

Primeiro tempo

1 – Lançamento longo para a área do Athletico. A zaga desvia e a bola sobra com Cano, que gira em cima do marcador e chuta forte para balançar a rede pelo lado de fora.

3 – Luiz Henrique invade a área e chuta para o gol. A bola desvia e sobra para Martinelli, que chuta firme. A bola vai em cima de Bento, que segura.

8 – Gol do Fluminense! Athletico tenta pressionar no ataque e erra. Wellington aproveita e faz o lançamento longo para Cano, que domina na entrada da área, dribla Pedro Henrique e chuta cruzado de canhota. A bola ainda toca na trave antes de entrar no gol.

14 – Bola esticada de André para Luiz Henrique. O atacante recebe nas costas da defesa, avança em velocidade e chuta cruzado. A bola passa ao lado do gol, raspando a trave.

15 – Bola ‘brigada’ na intermediária e a sobra fica com Erick, que chuta de longe. A bola desvia na defesa do Fluminense e vai para fora, saindo em escanteio.

17 – Cobrança de escanteio para o Athletico. Na briga por espaço dentro da área, dois jogadores do Fluminense fazem uma ciranda em volta de Pedro Henrique e praticamente abraçam o zagueiro, fora da disputa pela bola. A arbitragem, porém, não assinala nada.

19 – Khellven avança com liberdade pela direita e arrisca um chute cruzado de fora da área. A bola passa ao lado do gol.

21 – Erick inverte a jogada da direita para a esquerda, com Vitinho. O atacante domina  na entrada da área e espera a passagem e Abner para tocar. O lateral recebe quase na linha de fundo e cruza rasteiro. A bola passa por um marcador, pelo goleiro e sobra na pequena área para Pablo, livre. O atacante tenta o chute de primeira, mas pega mal na bola e manda para fora.

34 – Fluminense roda bem a bola no campo de ataque. Luiz Henrique recebe na área e toca para Cano, que fica de frente para o gol e tenta o chute de primeira. Ele chuta sem muita força e Bento faz a defesa.

46 – Hugo Moura sai jogando e abre o jogo com Vitinho, que volta na defesa para Abner. O lateral então faz lançamento longo para Pablo, que dispara nas costas dos marcadores, invade a área e, cara a cara com Fábio, tenta um chute colocado. A bola vai em cima do goleiro, que segura.

Segundo tempo

11 – Zaga do Athletico corta a cobrança de escanteio e a bola sobra com André, que chuta de primeira, fraco e no meio do gol, nas mãos de Bento.

13 – Cano recebe na entrada da área e tenta um chute colocado, mas é travado pela marcação.

19 – Cobrança de fata da intermediária. Cano vai para a bola e chuta forte, rasteiro. Bento faz a defesa em dois tempos.

21 – Willian carrega a bola pelo meio e enfia para Arias, que recebe na frente, dentro da área, e chuta na saída do goleiro. A bola bate na trave e a arbitragem assinala impedimento no lance em seguida.

32 – Gol do Fluminense! Jhon Arias ergue a bola para Luiz Henrique, que toca de cabeça para Willian Bigode, que também usa a cabeça e ajeita para Cano. O argentino domina no peito e chuta sem deixar ela cair. Bento só olha a bola, que bate na trave e entra no gol.

45 – Cobrança de falta para o Fluminense perto da lateral. A bola viaja até a segunda trave e Luccas Claro cabeceia ao lado do gol, raspando a trave.

46 – Gol do Athletico! Cobrança de escanteio de Pedro Rocha. A bola é disputada na primeira trave e sobra para Matheus Felipe, que chuta na saída do goleiro.