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Suspeitas do Ministério Público Federal (MPF) apontam para um bilionário esquema de corrupção chefiado pelo ex-presidente Michel Temer (MDB) que teria operado até o fim do seu governo. Dão base à investigação documentos, delações premiadas e relatórios de inteligência financeira do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), que apontam movimentações bancárias realizadas por empresas e pessoas ligadas à organização criminosa até o fim de 2018.

Na última sexta-feira, 29, a força-tarefa da Operação Lava Jato no Ministério Público Federal do Rio de Janeiro (MPF-RJ) ofereceu duas denúncias contra Temer e outros investigados pelo esquema de corrupção envolvendo a Eletronuclear e as obras na usina nuclear de Angra 3.

Segundo a defesa de Temer, o ex-presidente “nunca integrou organização criminosa nem praticou outras modalidades de crime, muito menos constituiu ameaça à ordem pública”. O ex-presidente ficou preso por quatro dias. A defesa dele afirmou que a soltura dele demonstrou que o pedido de prisão preventiva foi “abusivo.”

As investigações do MPF e da Polícia Federal (PF) apontam que o esquema capitaneado por Temer mantinha tentáculos nas áreas de infraestrutura (portos e aeroportos) e energia (Eletronuclear). A estratégia consistia na indicação de aliados para cargos de comando em estatais ou empresas de capital misto.