Em uma edição histórica das Olimpíadas, que contou com o recorde de número de medalhas na competição, os Jogos Olímpicos de Tóquio chegaram ao fim no último dia 8 de agosto. Agora, com as medalhas em mãos e os valores que elas trazem consigo, como estes atletas deveriam se organizar financeiramente, levando em consideração o fato de o evento acontecer apenas a cada quatro anos, e os atletas terem uma aposentadoria precoce?

Sobre este ponto, vale lembrar que embora a maior parte das modalidades olímpicas não tenham idade limite para competição, pelo nível de esforço que é necessário a média de idade dos atletas é de 26 anos. No futebol a idade limite é 23 anos (este ano aumentou para 24 anos por causa da pandemia) e para o boxe é 40 anos.

Se um atleta começa a competir com 15 anos de idade, e conquista a cada 4 anos uma medalha de ouro, do ponto de vista financeiro, se ele investir esses R﹩ 240 mil com uma rentabilidade média de 8% ao ano, por exemplo, conseguirá acumular aproximadamente R﹩ 326 mil, que reinvestidos podem fazer com que ao participar de 4 olimpíadas, acumule saldo acima de R﹩ 1 milhão e consiga viver de renda.

Mas, sabemos que infelizmente algumas vezes com a falta de programação e de informação sobre finanças e investimentos, imprevistos financeiros sérios podem fazer até com que atletas vendam suas medalhas para conseguirem se manter.

Quando pensamos em modalidades como vôlei e futebol, geralmente o atleta é filiado a algum clube, tem recebimentos mensais, e pode, inclusive, se aposentar. Já os atletas individuais de modalidades olímpicas, na maior parte das vezes, isto não acontece e o atleta precisará tomar responsabilidade sozinho pela própria vida financeira.

Voltando a falar das Olimpíadas deste ano, dos 302 atletas que participaram da competição especificamente, 242 receberam a bolsa atleta. Ao todo foram 21 pódios para o Brasil. 7 medalhas de ouro, 6 medalhas de prata e oito medalhas de bronze. E, falando de valores, os atletas levaram para casa R﹩240 mil por medalha de ouro, R﹩150 mil por medalha de prata, e R﹩100 mil por medalha de bronze. Isto quando falamos de modalidades individuais, não esquecendo o fato de que um atleta pode ganhar mais de uma medalha e aumentar seus rendimentos desta maneira.

Já quando falamos de equipes, os valores precisam ser divididos entre eles. R﹩ 750 mil pelo ouro, R﹩450 mil pela prata e R﹩300 mil para o bronze (quando a equipe tem mais do que 6 atletas) .

Diante deste cenário, vale pensar sobre como fica a vida financeira destes atletas após as Olimpíadas e como é possível utilizar esta conquista da melhor forma, garantindo saúde financeira a longo prazo. Sabemos que, após o evento, muitos acabam ficando esquecidos e deixando de gerar renda, passando a depender muitas vezes apenas de salários e bolsas oferecidas e arcando com recursos próprios para conseguirem se manter na profissão.

*Ale Boiani é CEO, gestora e fundadora do grupo financeiro 360iGroup