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Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), Universidade Tuiuti e Universidade Positivo (UP) decidem suspender as aulas presenciais por causa do coronavírus.  A decisão acompanha a determinação da Universidade Federal do Paraná (FPR) e Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) anuciada neste final de semana. 

Pontífícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) decidiu pela suspensão das aulas dos curso presenciais, do campus Curitiba, a partir desta quinta-feira, 19, quando as as atividades acadêmicas acontecerão 100% em ambiente digital. Nos Câmpus Londrina, Maringá e Toledo as aulas serão mantidas e migração para atividades 100% online acontecerá conforme a evolução local dos contágios. No entanto, os alunos do câmpus Curitiba que quiserem faltar desde antes terão faltas abonadas.

A Universidade Tuiuti emitiu um comunicado onde informa  “que as aulas presenciais dos cursos de graduação, pós-graduação (lato e stricto sensu) e extensão estarão suspensas a partir desta segunda-feira, 16 de março, às 12h até o dia 29 de março. Os atendimentos clínicos agendados para hoje (segunda-feira, 16) estão mantidos e suspensos a partir de amanhã (17)”, diz a nota.  As formaturas institucionais marcadas para os dias 21 e 28 de março também estão suspensas, bem como os ensaios agendados. 

Para diminuir os impactos de reposição, as aulas presenciais da graduação serão transferidas para o Regime Letivo Remoto com utilização do ambiente virtual de aprendizagem da EAD Tuiuti. As informações de acesso e conteúdo pedagógico serão repassados em breve pelos coordenadores de cada curso. Os setores administrativos internos, biblioteca e laboratórios de informática, continuarão abertos respeitando os procedimentos sobre aglomerações, situações de suspeitas e outras, com o objetivo de combater a propagação do vírus.

Na Universidade Positivo (UP) a decisão pela suspensão das aulas e atividades presenciais, de graduação e pós-graduação, nas unidades da UP em Curitiba, vale a partir desta terça-feira, 17, até o dia 29 de março (domingo).  Aulas, trabalhos, atividades de estudos por meios virtuais serão realizados, nos termso de instruções que serão dadas. Seguiremos tratando com os órgãos públicos de saúde e, ao final desse período de suspensão, nova decisão será tomada. Os setores administrativos internos e a bibliotece continuarão abertos e funcionando, respeitados os procedimetnos sobre aglomerações, situações de suspeitas e outras, com o objetivo de combater a propagação do vírus.

O comunicado da decisão foi feito nesta manhã de segunda-feira, 16, após as universidades federais decidierm pela suspensão da aulas, já  a partir desta segunda-feira, 16, pelo período de duas semanas. A decisão foi tomada em reunião ocorrida neste domingo, 15, com representantes da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR). Até o momento, as demais instituições particulares não se pronunciaram sobre a suspensão, alegando maior tempo para análise da situação. 

Também presentes à reunião, representantes das secretarias de Saúde do Município e do Estado, argumentaram que a suspensão de aulas neste momento ainda não é uma recomendação. “Considerando a situação epidemiológica atual de Curitiba e do Paraná, em que há apenas casos importados e não há evidências de transmissão sustentada do novo coronavírus, não está recomendada a suspensão das aulas neste momento”, diz nota das secretarias.

Ainda que não recomende a suspensão de aulas, as secretarias enfatizam que respeitam a autonomia das universidades, e ainda, que a recomendação pode ser alterada a qualquer momento, a depender da evolução da epidemia no estado e no município. De acordo com a SMS e a Sesa, a suspensão das aulas será recomendada quando houver evidências de transmissão comunitária.

As secretarias, por outro lado, fizeram outras importantes recomendações e reforço de algumas medidas. Uma das orientações diz respeito ao afastamento imediato de todos os servidores, funcionários e alunos, com mais de 60 anos, e/ou com co-morbidades (diabetes, hipertensão, doenças pulmonares), considerados como parte do grupo de risco da nova epidemia. Além disso, foi pedido o reforço da comunicação com a comunidade acadêmica sobre o isolamento voluntário de todos que voltam de viagem ao exterior: sendo sete dias para aqueles que não têm sintomas e quatorze dias para aqueles com febre e sintomas respiratórios (tosse, coriza, dor de garganta, dificuldade para respirar). 

A SMS solicitou a intensificação de medidas de higiene e a suspensão de eventos e atividades com aglomerações superiores a 500 pessoas.

Em vídeo postado nas redes sociais, o reitor da UFPR, Ricardo Marcelo Fonseca, disse que o momento de pandemia exige a colaboração de todos e que as atividades estão suspensas na graduação e pós-graduação em todos os campi de Curitiba e fora da capital. “As atividades dos professores serão descentralizadas e vamos discutir caso a caso. Seguramente, vamos atualizando a co munidade de cada passo nesta situação delicada. Contamos com a colaboração de todos”, disse o reitor.

A Universidade Positivo emitiu nota informando que optou pela manutenção das aulas, hoje, quando será realizada reunião interna para reavaliar a situação em Curitiba. Além disso, de acordo com orientações do Ministério da Saúde, a instituição tomou as medidas necessárias, como o afastamento dos alunos que viajaram aos locais de risco ou que tiveram contato com pessoas que viajaram.

A Pontifícia Universidade Católica do Paraná avisou que manterá a maior parte das aulas presenciais hoje, quando o Comitê de Acompanhamento de Saúde da Universidade irá se reunir novamente pela manhã para novas deliberações. Apenas as atividades ministradas por professores com mais de 60 anos já serão online a partir de hoje.


Aulas em escolas particulares estão mantidas, mas orientação é preparar ambiente online

Apesar da pressão de professores e pais de alunos, as aulas nas escolas particulares de Curitiba e de todo Paraná estão mantidas até pelo menos hoje. Porém, segundo Cristiane Mello Davi, diretora do campus da Unicesumar em Curitiba e diretora de pós-graduação do Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino do Estado do Paraná (Sinepe-PR), a situação da pandemia de coronavírus está sendo analisada dia a dia e as aulas podem ser suspensas a qualquer momento. Ao mesmo tempo, as escolas estão sendo orientadas a preparar ambientes online para que o cronograma não seja tão prejudicado.

“Todos os estabelecimentos têm suas comissões para definir quando devem parar, além das reuniões diárias com os órgãos de saúde que pautam essa movimentação. Cada escola fará a gestão desse processo”, explicou ela, que esteve ontem na reunião das universidades com os órgãos de saúde. As secretarias municipal e estadual de ensino ainda não recomendam a suspensão de aulas, porque Curitiba e o Paraná ainda não registraram nenhum caso de coronavírus com transmissão comunitária, ou seja, que não é importado. Até agora, o Paraná tem sete casos – cinco em Curitiba – e todos de pessoas que vieram do exterior.

“As escolas estão se preparando para que as aulas não parem mesmo com quarentena, com material online, para que os alunos não tenham perdas pedagógicas”, explicou Cristiane. Ela ressaltou que as famílias precisam colaborar seguindo a quarentena para quem retorna de viagem ao exterior e garantiu que os estabelecimentos já estão afastando professores com mais de 60 anos e analisando casos de alunos com comorbidades, como problemas respiratórios e diabetes.

APP pede suspensão de aulas na rede estadual
As aulas nas redes estadual e municipal também estão mantidas, seguindo as diretrizes dos órgãos de saúde. A Direção Estadual da APP-Sindicato, que representa os professores da rede estadual do Paraná,  no entanto, fez ontem contato com o Secretário da Educação, Renato Feder, pedindo a imediata suspensão do calendário escolar.
“Tal medida prende-se ao fato da constatação da importância das medidas preventivas para conter o avanço da pandemia do novo coronavírus. Especialistas em saúde pública vêm apontando as melhores alternativas a fim de evitar maiores prejuízos à população e dão conta que a melhor alternativa é evitar a aglomeração de pessoas antes da disseminação massiva das contaminações. Lembramos que em situações anteriores como a pandemia da gripe H1N1 2009, bem como as enchentes em regiões do estado no ano 2014, suspenderam o calendário escolar sem prejuízo ao cumprimento das 800 horas anuais e dos conteúdos aos estudantes sem a necessidade de realização de 200 dias letivos”, diz a nota da entidade. De acordo com a APP,  o debate sobre reposição e calendário escolar serão realizados na sequência.

Procurada pela reportagem do Bem Paraná, a secretaria de Estado de Educação ainda não tinha um posicionamento sobre o pedido da APP.