Uma pesquisa realizada pela Vigilância do Tabagismo em Escolares (vigiescola) do Ministério da Saúde em 2009 apontou um número de 300 mil usuários em idade escolar do narguile, conhecido com cachimbo oriental, narguile, narguilê, narghile, arghile, sisha, shisha, hookah, waterpipe, cachimbo d’água, hubble-bubble e goza ou gouza.

Com a intensificação das fiscalizações e regulamentações mais restritivas, o número de jovens que usam o produto, ao invés de cair, aumentou, conforme apresentado no estudo realizado pelo Instituto Nacional do Câncer – INCA “Narguile: O que sabemos?” relata que o número cresceu em 139%. A amostra foi composta por 60.255 indivíduos de várias capitais do Brasil.

A explicação segundo o estudo, foi a implantação do maasal, uma mistura de tabaco, xarope e glicose, permitindo a saborização do fumo como estratégia de marketing. Dessa forma, a variedade de sabores abriu as fronteiras para pessoas que não tinham interesse pelo cigarro convencional a provarem o produto.

“Os jovens são os mais afetados por estratégias que envolvem estímulos sensoriais como os gustativos, visto que estão em fase de desenvolvimento neurológico, mas se não bastasse, há influências diretas do meio em que ele vive e muitas vezes pelo anseio à aceitação social e o medo da rejeição, aceitam experimentar o Narguile como forma participativa do conceito primitivo de bando”, relata Eduardo Domit, Especialista em Neuromarketing e Comportamento do Consumidor.

Fato comprovado por estudos realizados por alunos de medicina da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), com 586 alunos, apontaram a prevalência de tabagismo no público masculino, onde 40% dos fumantes relataram a experimentação do narguile.

Apesar da proibição da comercialização de produtos fumígeros para menores de idade, é possível comprar com facilidade através da internet e em algumas bancas na cidade de São Paulo, entretanto há empresas que seguem à risca a Lei 16.787/18, que proíbe a comercialização de produtos derivados do tabaco a menores.

Segundo Rafael De Lima, gestor da Nasuk, empresa que comercializa Narguiles na região de Diadema, “É importante seguir à risca a Legislação. Estamos falando de vidas, a saúde dos jovens e o uso consentido está em primeiro lugar e prezamos por isso, temos ciência e colocamos em prática as orientações regulamentais”.