Foto: Reprodução/Polícia Civil de Minas Gerais

Adélio Bispo de Oliveira, de 40 anos, preso nesta quinta-feira (6) por esfaquear o candidato à presidência da República Jair Bolsonaro (PSL), disse à polícia que o crime "foi a mando de Deus". Bolsonaro levou uma facada na região tórax durante um ato de campanha em Juiz de Fora, na Zona da Mata de Minas Gerais, na tarde desta quinta. O suspeito preso confessou ou crime. 

Segundo boletim de ocorrência registrado pela Polícia Militar, e divulgado pelo portal G1 Minas Gerias, em depoimento, Adélio disse que o ataque foi 'a mando de Deus'. "Nos afirmou ainda que o motivo do intento se deu por motivos pessoais, os quais não iríamos entender, dizendo também em certos momentos que foi a mando de Deus", diz o boletim. 

"Em conversa com o autor, este nos informou que saiu de casa com uma faca de uso pessoal afim de acompanhar a comitiva, e no melhor momento pudesse, tentar contra a vida do candidato, assim tendo feito no momento em que a comitiva passava pela Rua Batista, por achar ser o mais oportuno", diz outro trecho. 

Perfil do suspeito

Adelio Bispo é natural de Montes Claros, no Norte de Minas Gerais. De acordo com registro no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), foi filiado ao PSOL de Uberaba (MG) entre 2007 a 2014. Em um perfil no Facebook, faz críticas à maçonaria, aparenta ser evangélico e aparece em manifestações. O único elogio a político é em favor do ex-deputado federal Enéas Carneiro (PR), que morreu em 2007. Ele também publicou imagens de pessoas que defendem a liberdade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso no âmbito da Operação Lava Jato.

Oliveira também indicou ter frequentado uma escola de tiros em Santa Catarina recentemente.  Ele esteve no Clube e Escola de Tiro.38, em Florianópolis. De acordo com o Estadão, o clube, especializado em treinamento com arma de fogo, confirmou a presença de Oliveira, mas não informou que tipo de serviço ele utilizou. A escola realiza cursos de tiro programados, com instrutor e atendimento individualizado. 

Milhares de pessoas comentaram as fotos públicas do perfil, com ofensas, críticas e algumas piadas. Juliano Medeiros, presidente nacional do PSOL, afirmou que o fato de o homem já ter sido filiado não muda em nada a posição da sigla. O partido divulgou nota condenando o ataque a Bolsonaro.

Hospital

O candidato foi atendido no hospital Santa Casa de Misericórdia de Juiz de Fora (MG). Ele passou por um procedimento cirúrgico, de acordo com o hospital. A Santa Casa divulgou nota na qual informa que o presidenciável sofreu uma "uma lesão por material perfurocortante na região do abdômen" e, às 17h50, foi submetido a cirurgia. Por volta das 19h, segundo a GloboNews, a cirurgia acabou e o candidato foi encaminhado ao Centro de Terapia Intensiva (CTI).

Segundo boletim médico, divulgado pela GloboNews às 18 horas, Bolsonaro teve uma lesão na artéria mesentérica, que foi costurada e resolvida. Também teve tres lesões no intestino grosso, já resolvidas. Ele está estável e fora de risco. Os médicos estudam fazer um procedimento chamado "ileostomia", que significa utilizar uma bolsa ligada ao intestino delgado para drenar líquido intestinal. O procedimento ainda não foi confirmado. O político passou por um exame de laparotomia exploradora, com imagens que revelam eventuais danos. De acordo com a Globo News, ele recebeu duas bolsas de sangue. 

"O paciente Jair Messias Bolsonaro deu entrada no hospital por volta das 15h40 com uma lesão por material perfurocortante na região do abdômen. Ele foi atendido na urgência, passou por um exame de ultrassonografia e agora está no Centro Cirúrgico", diz a nota publicada em site oficial do hospital. 

No momento da confusão, Bolsonaro estava sendo carregado nos ombros por um apoiador de sua campanha, fazendo corpo a corpo com eleitores, na região do Parque Halfald. Um vídeo mostra o momento exato em que o candidato é atacado.

Veja os vídeos