SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Um avião da Força Aérea russa pousou na segunda-feira (24) no principal aeroporto da Venezuela, de acordo com uma testemunha e um site que monitora o movimento de aviões.


A chegada da aeronave ocorre três meses após um desembarque semelhante que provocou uma guerra retórica entre Washington e Moscou.


Em março, dois aviões foram à Venezuela com oficiais de defesa russos e cem soldados, o que levou os EUA a acusarem a Rússia de uma “escalada imprudente” na situação do país sul-americano.


A aeronave modelo Ilyushin 62, com cauda número RA-86496, estacionou na segunda-feira no aeroporto internacional de Maiquetía, que serve Caracas, de acordo com uma testemunha da agência de notícias Reuters.


O número de identificação é o mesmo registrado para um jato da Força Aérea Russa, segundo o site Flightradar24, e coincide com a sequência da cauda do avião que chegou a Maiquetía em março.


O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ordenou à Rússia em março que retirasse todas as tropas da Venezuela, enquanto o Ministério das Relações Exteriores da Rússia afirmou que os aviões levavam especialistas que estavam firmando contratos de venda de armas.


O Ministério da Informação da Venezuela e o Ministério da Defesa da Rússia não responderam aos pedidos de comentários. 


Também nesta segunda-feira, um destacamento naval russo, encabeçado pela fragata Almirante Gorshkov, chegou a Cuba em um momento de tensão entre a ilha comunista e os Estados Unidos.


A flotilha é integrada pelo navio logístico Elbrus e pelo rebocador de resgate Nikolai Chiker. Segundo a mídia russa, o destacamento naval deve visitar a Venezuela.


Ao entrar no canal da Baía de Havana, a fragata Almirante Groshkov, que pertence à mais nova geração de barcos de guerra russos, disparou salvas de boas-vindas, que foram respondidas da fortaleza colonial de San Carlos de la Cabaña.


Segundo um comunicado das FAR (Forças Armadas Revolucionárias), que não incluiu o motivo da visita, os guardas-marinhos russos visitarão a Marinha de Guerra cubana e “percorrerão lugares de interesses histórico-cultural”.


A fragata de 135 metros de comprimento e 15 metros de largura atracou no terminal de cruzeiros do porto de Havana, que se despediu há dez dias do último cruzeiro dos Estados Unidos após as novas restrições contra a ilha anunciadas pelo governo Trump.


Os Estados Unidos, que aplicam um bloqueio econômico contra Cuba desde 1962, endureceram suas sanções desde a chegada do republicano ao poder, em 2017, encerrando o movimento de aproximação liderado por seu antecessor, Barack Obama.


A aproximação entre Cuba e Rússia, antigos aliados da Guerra Fria, não é novo, mas se consolida com as sanções que Washington aplica contra a ilha, acusada de apoiar militarmente o governo venezuelano de Nicolás Maduro, outro aliado de Moscou.