Reprodução/Nubank

Há alguns anos, ninguém conseguia imaginar que três dos melhores bancos brasileiros seriam empresas digitais, ou seja, um banco sem filas e sem agências bancárias. O Nubank, Inter e o Neon, de acordo com o levantamento da Forbes, em 2019, foram considerados os melhores, ficando atrás apenas de instituições com a Caixa Econômica Federal, com mais de 100 anos, e o Itaú Unibanco.
Para quem não tem muita familiaridade com o universo digital a resistência é expressa pela pergunta: “Para onde vai o dinheiro quando você coloca nestes bancos digitais?”. Empresários de startups da área financeira devolvem a mesma pergunta: “Você sabe para onde vai o meu dinheiro quando coloca em um banco físico?” “Tanto os bancos digitais quanto os bancos físicos colocam esse dinheiro no mesmo lugar, ou seja, dentro do sistema financeiro que é conectado e regulado pelo Banco Central (BC) e Conselho Monetário Nacional (CMN)”, explica Gabriel Falk product Owner da Fintech Juno, especializada em pagamentos. “Nós também obedecemos normas e diretrizes do BC e CMN, que estabelece a realização periódica de auditorias nas empresas do segmento financeiro nacional”, revela.
Chamadas de Fintechs, do inglês financial technology, e é o termo que surgiu da união das palavras financial (financeiro) e technology (tecnologia). Elas são empresas que foram criadas para inovar e otimizar serviços do sistema financeiro. Com custos operacionais menores, quando comparadas aos conglomerados financeiros tradicionais, por meio de tecnologias essas empresas conseguem elevar a eficiência dos processos e baratear os serviços ofertados.
Para exemplificar esses custos, Falk explica que as empresas trabalham com serviços e produtos bastante específicos, reduzindo eventuais ruídos de comunicação. A Juno, por exemplo, é uma fintech para pagamentos online. “Nossos serviços e produtos são criados com base a experiência de usuários e na forma de atendimento específicas para o produto ou serviço disponibilizado”, conta.
Para isso, as startups recorrem ao uso dos smartphones que rodam aplicativos capazes de fazer a interface de atendimento, como o Whatsapp ou chats, por exemplo. “Eventualmente se recorre ao envio de fotos de documentos, pelo aplicativo, para finalizar algum tipo de transação”, diz.
Falk cita o fato de que nos bancos tradicionais, muitas vezes, o correntista nem sabe quem é o seu gerente de conta. A maioria dos bancos disponibiliza um 0800 para o caso de o correntista precisar conversar com a instituição. “E não é raro, ele ser direcionado para um centro de telemarketing que nem sempre tem a ver com o banco”, diz.
A respeito do endereço físico das fitnechs, Falk conta que as empresas dispõem de um escritório de atendimento, mas que este não tem a mesma função de uma agência bancária por exemplo. “Até porque tudo isso custa dinheiro e tempo”, conta. “Do empresário e do investidor.” Falk cita ainda o fato de que as fintechs também cobram taxas por operações, “mas sem asteriscos, e com custos menores”.
Além dos site do BC e CMN, um outro endereço para se encontrar informações sobre as fintechs é o Radar Fintechlab https://fintechlab.com.br/index.php/category/radar/. Falk cita a publicação como uma fonte confiável de consultas para o consumidor. No endereço estão cadastradas as empresas que atuam no mercado com informações sobre o ramo de atuação.
No caso, específico dos bancos digitais, quando questionado sobre a existência da oferta da modalidade de cheque especial, Falk disse que essa modalidade aparece como um crédito pessoal pré-aprovado para o cliente que seria um produto mais característico de uma financeira. “Há bancos digitais que oferecem o crédito, mas de modo geral, as fintechs trabalham também como consultores de educação financeira”, conta.
Um levantamento entre os principais bancos digitais brasileiros revela algumas diferenças e vantagens ante aos bancos tradicionais. O dinheiro aplicado em uma conta digital não costuma ficar parados. Normalmente, o valor é aplicado de retorna como rendimento ao correntista. Esta modalidade também é ofertada por alguns bancos físicos. Na NuConta, por exemplo, tudo que é aplicado rende 100% do Certificados de Depósito Interbancário (CDI). Já o banco Inter é o único sem tarifa e dá para fazer saques em bancos 24h grátis

Diferenciais dos bancos digitais
As startups não exigem cópias impressas de documentos para abrir uma conta corrente
As tarifas são reduzidas ou inexistentes
Atendimento é feito online
Há diversos canais virtuais de atendimento como Chat, Facebook e Whatsapp
Normalmente as demandas são atendidas em tempo real
As contas digitais oferecem maior rentabilidade que a poupança.

Conheça um pouco mais dos bancos digitais
Nubank
Há quase seis anos, o cartão roxinho surgiu e se popularizou no Brasil. Já são mais de 8,5 milhões de clientes. No Brasil, o Nu oferece cartão de crédito sem taxas e alguns clientes também contam com a função de débito. O que boa parte dos clientes gostam é da navegação intuitiva no app, opção de emitir boletos para depositar na sua conta, TED gratuito para qualquer banco e o programa Rewards que dá dinheiro de volta de verdade onde é possível apagar compras com os pontos no app.

Neon
Lançado em 2016, o primeiro passo para abrir conta neste banco digital é baixar o aplicativo e fazer um depósito de R$ 100. O Neon não possui custos para usar o seu pacote básico que inclui transferência grátis para contas de mesmo banco, 1 saque por mês nos bancos 24hs do NEON, um depósito por mês via boleto e 1 transferência bancária para outros bancos por mês.
O Neon tem conta para pessoa jurídica (inclusive MEI) e funções de investimento: o programa Objetivos ajuda o cliente a juntar dinheiro, com parcelas programadas ou depósitos esporádicos; e investimento CDB que rende de 95% a 101% do CDI.

Next
O Next é um banco virtual subsidiado pelo Bradesco. O plano básico do Next dá acesso a 1 TED/DOC por mês, saques ilimitados, cartão de crédito Visa Internacional sem anuidade e assistência viagem. Ele tem alguns recursos interessantes como fazer vaquinha para uma festa (e ver quem pagou de fato).
O Next dá desconto em plataformas como Uber, Ifood, XBox e AirBnb.

Inter
O banco Inter é umas das instituições financeiras mais vantajosas pois é a única que oferece conta corrente isenta de tarifas. Não há cobranças para abrir conta, emitir cartão, fazer transferências entre contas do próprio banco e para outras instituições e realizar saques em caixas 24h.
O Inter traz ainda a Conta Digital PJ que é uma conta corrente corporativa gratuita, 100% online, muito fácil de criar, sem burocracia. Com ela, é possível fazer todas as movimentações bancárias da empresa via Internet Banking, com isenção total de tarifas. O cliente ganha um cartão de débito específico para a conta PJ e o acesso no site e app são diferentes.

Original
Criada em 2016, a conta digital do Banco Original é a única, neste momento, que cobra taxa mensal de manutenção de conta. Durante o primeiro ano, o correntista precisa desembolsar mensalmente R$ 9,90 para ter acesso ao pacote de serviços ilimitados. Depois do primeiro ano, é preciso escolher um dos planos oferecidos pelo banco.

Agibank
O Agibank é o antigo Banco Agiplan e agora oferece cartão de crédito e débito. Além disso, a conta corrente digital dá acesso a empréstimos, seguros, consórcios e investimentos. Não há tarifa de manutenção, mas saques, transferências, depósito por boleto e o cartão de crédito são isentos por um determinado tempo.