SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – No Lollapalooza do ano passado, o The Neighbourhood não era exatamente uma das bandas mais aguardadas pelo público brasileiro. “O show foi imenso, o público maluco”, lembra o baterista da banda, Brandon Fried. “Foi um daqueles shows de que nunca vou me esquecer na vida.”


Pouco mais de um ano depois, a banda americana volta ao Brasil, desta vez com três apresentações solo. Em São Paulo, depois de esgotar uma data, o grupo faz um show extra, nesta sexta (14). No Rio de Janeiro, eles tocam no domingo (16).


Do Lollapalooza para cá, o grupo lançou o disco “Hard to Imagine the Neighbourhood Ever Changing”, que inclui músicas de EPs recentes e tem toques de hip-hop.


“Percebemos que havia espaços nas músicas e poderíamos chamar outras pessoas para pôr versos ali”, 


relata o baterista.


Eles escolheram MCs renomados como Denzel Curry e Ghostface Killah (ex-Wu-Tang Clan) para participações. Um dos rappers que colaborou no disco, Nipsey Hussle, foi assassinado em março, em caso que comoveu o hip-hop.


“Foi especial trabalhar com ele antes dessa tragédia. Era conterrâneo, o admirávamos há muito tempo”, diz Fried.


Mesmo com a influência do rap, o Neighbourhood é “definitivamente pop”, segundo o baterista. O rock também aparece em cima do palco, devido à presença e energia do vocalista, Jesse Rutherford.


“Temos guitarras e bateria e dá para sentir mais o rock nos shows”, explica Fried. “Mas hoje nomes como Post Malone e Travis Scott é que estão trazendo de volta a atitude de rockstar.”


Nos discos, o Neighbourhood faz parte de uma nova geração do pop mundial que não costuma se prender a um gênero –indo de uma balada com Auto-Tune a uma R&B suave sem nenhuma cerimônia.


Até por isso, são vistos pela imprensa como “sem identidade”. “Estão certos”, analisa o baterista, que não vê as mesmas críticas serem feitas a bandas semelhantes –que também fazem sucesso com o público jovem–, como Twenty One Pilots e The 1975. “Porque são mais famosos.”


“Acho que não estamos ligados a um gênero. Não pensamos em como vamos soar. Somos jovens que gostam de música, mas não de ficar restringidos. Não acho que temos ‘crise de identidade’, acho que nunca buscamos uma identidade. Se você é fã do Neighbourhood, é isso que você está procurando.”