SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O ex-ministro da Justiça Tarso Genro (PT-SP), que concedeu asilo para o terrorista Cesare Battisti em 2009, disse que fez isso porque leu todo o processo contra o italiano e não encontrou nele nenhuma prova que comprovasse a culpa.


Nesta segunda (25), Battisti —que foi extraditado do Brasil, fugiu para a Bolívia e acabou preso e enviado à Itália— confessou que é o responsável por quatro assassinatos, três ferimentos graves e uma série de roubos na década de 1970, quando militava no grupo Proletários Armados pelo Comunismo.


“Se ele está falando a verdade e não está fazendo uma confissão para satisfazer o promotor [na Itália] e obter alguma vantagem na execução de sua pena, a extradição está correta”, diz Genro.


“Na oportunidade em que concedemos a ele o refúgio, não havia prova no processo, que eu li inteiro. E isso está confirmado agora: a procuradoria italiana precisou da confissão dele para confirmar as acusações”, segue o ex-ministro.


Tarso levanta ainda a hipótese de o depoimento não corresponder precisamente à verdade.


“Battisti pode estar fazendo uma confissão combinada com uma transação com o promotor. Só quem sabe disso é o próprio Battisti. A verdade, neste caso, será sempre uma verdade ficta [suposta, hipotética]”, conclui.