O sistema de identificação biométrica e a operação de segurança no estádio do Clube Atlético Paranaense é um bom modelo para utilização em outros estados. Essa é a conclusão do grupo de promotores de Justiça que integram a Comissão Permanente de Prevenção e Combate à Violência nos Estádios, mantida pelo Conselho Nacional de Procuradores-Gerais de Justiça, e que estiveram em Curitiba no último fim de semana para conhecer o sistema pioneiro adotado pelo Atlético.

Representantes do clube apresentaram aos promotores, provenientes de diversos estados, detalhes do funcionamento do sistema. O juiz auxiliar da vice-presidência do Tribunal de Justiça do Paraná, Ricardo Henrique Ferreira Jentzsch, explicou a participação decisiva do TJPR, parceiro do clube no projeto de biometria e cuja atuação foi fundamental para o sucesso do sistema, que é integrado a bancos de dados dos órgãos públicos.

Além de diversas reuniões tratando de questões ligadas à prevenção e ao combate à violência nos estádios, o grupo visitou o Estádio Major Antônio Couto Pereira, do Coritiba Football Club, e o Estádio Joaquim Américo Guimarães, do Atlético. Na Arena atleticana, puderam observar o modus operandi do clube no cadastramento biométrico, o controle de entrada de torcedores, a movimentação das torcidas, a atuação de funcionários no controle da segurança interna, a comunicação com a Polícia Militar durante o evento e o sistema de monitoramento por câmeras de vídeo.

Modelo – De acordo com o procurador de Justiça do MPPR Ciro Expedito Scheraiber, o controle biométrico do Atlético foi considerado bastante eficiente pelos promotores, que levarão aos seus estados de origem a ideia, para verificar a possibilidade de implantação nos estádios locais. Durante a visita dos membros da comissão ao estádio atleticano, eles puderam inclusive testemunhar a eficiência do sistema: uma funcionária do clube teve o celular furtado, e em cerca de 15 minutos o autor do furto foi identificado pelas câmaras de segurança e detido. Ciro destacou o pioneirismo do estado do Paraná, por meio do Atlético, no controle biométrico.

Ministério dos Esportes – Em uma das reuniões de trabalho, o coronel Aristeu Leonardo Tavares, coordenador-geral de Governança, Gestão e Segurança em Eventos Esportivos do Ministério do Esporte, falou das providências do Ministério na prevenção e repressão de atos violentos em eventos de futebol e outros esportes. O militar apresentou dados sobre cursos de capacitação de representantes dos estados (incluindo Polícia Civil, Polícia Militar e clubes, entre outros) para avaliação da situação de risco individualizada de cada partida, buscando a tomada de medidas preventivas específicas concretas em cada situação.

A Comissão – A Comissão Permanente de Prevenção e Combate à Violência nos Estádios foi criada pelo CNPG em 2006, com o objetivo de intervir em questões como a redução da violência nos estádios de futebol e na melhoria de segurança das instalações físicas dos estádios. O grupo passou a intervir junto ao poder público estadual, federações, clubes e torcidas, com a finalidade de tutelar de forma preventiva a integridade física e a saúde dos torcedores que frequentam os eventos esportivos. Saiba mais clicando aqui.