SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – As dúvidas sobre a capacidade do governo de aprovar a reforma da Previdência pesaram sobre o mercado financeiro nesta sexta (10) e fizeram a Bolsa brasileira emendar a quarta semana seguida de desvalorização. O dólar subiu nesta sessão, mas acumulou queda nesta semana por preocupações com o plano tributário do americano Donald Trump.
O Ibovespa, índice das ações mais negociadas, recuou 1,05%, para 72.165 pontos, menor nível desde 5 de setembro. O giro financeiro foi de R$ 8,995 bilhões, abaixo da média diária do mês (R$ 10,37 bilhões). Na semana, a queda foi de 2,37%.
O dólar comercial registrou alta de 0,61%, para R$ 3,281. Na semana, houve desvalorização de 0,82%. O dólar à vista, que fecha mais cedo, encerrou o dia com avanço de 0,56%, a R$ 3,277. Na semana, recuou 0,85%.
A queda da Bolsa nesta sexta, a segunda seguida, refletiu a inquietação dos investidores com o encaminhamento da reforma da Previdência, em meio a esforços do governo para mostrar empenho em aprovar alguns pontos no Congresso.
Na quinta (9), o presidente Michel Temer disse acreditar que, desde que seja explicada direito, é possível aprovar as mudanças. Nesta sexta, o ministro Henrique Meirelles (Fazenda) afirmou que a reforma precisa manter benefícios fiscais “substancialmente” acima de 50% do texto originalmente proposto pelo governo, de R$ 800 bilhões.
No exterior, a preocupação com o plano tributário de Trump fez as Bolsas americanas fecharem em leve baixa, mas esse fator piorou o humor dos investidores aqui. O índice Dow Jones caiu 0,17%. O S&P 500 perdeu 0,07% e a Nasdaq conseguiu ter leve alta de 0,01%.
Na quinta, os republicanos do Senado americano apresentaram um plano tributário diferente da versão da Câmara dos Deputados em tópicos importantes, incluindo a maneira como tratam a taxa corporativa, a dedução para Estados e as taxas locais, além das estatais.
AÇÕES
Das 59 ações do Ibovespa, 44 fecharam em baixa, 12 subiram e duas terminaram estáveis.
A maior queda foi registrada pelos papéis da Rumo, de concessões logísticas, com desvalorização de 6,22%. A Ultrapar, dona da Ipiranga, caiu 5,40%. As ações da Usiminas lideraram as altas do Ibovespa, com avanço de 1,06%. A Cyrela subiu 1%, enquanto a Taesa ganhou 0,64%.
Os papéis da Petrobras terminaram perto da estabilidade, em dia de queda dos preços do petróleo. As ações mais negociadas da estatal ficaram estáveis em R$ 16,72. As ordinárias, com direito a voto, avançaram 0,17%, para R$ 17,53.
Os preços do petróleo caíram, com os investidores aguardando a próxima reunião da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo), em 30 de novembro, quando deve ser acertado o prolongamento dos cortes na produção da commodity para março de 2018.
As ações da Vale tiveram desvalorização nesta sessão, apesar da alta do minério de ferro no exterior. Os papéis ordinários da mineradora caíram 0,09%, para R$ 32,77. As ações preferenciais perderam 0,23%, para R$ 30,49.
No setor financeiro, as ações do Itaú Unibanco subiram 0,14%. Os papéis preferenciais do Bradesco tiveram alta de 0,09%. As ações ordinárias do banco tiveram valorização de 0,43%. As ações do Banco do Brasil se desvalorizaram 2,98%.
As units -conjunto de ações- do Santander Brasil fecharam com perda de 0,24%.
DÓLAR
O dólar ganhou força ante a maioria das moedas mundiais nesta sessão. Das 31 principais divisas, a moeda americana se fortaleceu em relação a 17.
O CDS (credit default swap, espécie de seguro contra calote) subiu 1,33%, para 179,5 pontos.
No mercado de juros futuros, os contratos mais negociados tiveram dias mistos. O DI para janeiro de 2018 recuou de 7,189% para 7,180%. A taxa para janeiro de 2019 caiu de 7,280% para 7,270%.