Alex Ferreira/Câmara dos Deputados – “Mandetta: escolhido u00e9 cru00edtico do Mais Mu00e9dicos”

O médico e deputado federal Luiz Henrique Mandetta (DEM-MS) foi confirmado ontem como o novo Ministro da Saúde do governo de Jair Bolsonaro (PLS). O presidente eleito recebeu no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), local onde se concentra o governo de transição, representantes das associações das Santas Casas e outras associações médicas, que apoiavam o nome do deputado, que já foi secretário de Saúde em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul.
O nome do político já havia sido citado pelo ministro extraordinário da Transição, Onyx Lorenzoni (DEM-RS), a despeito de denúncias sobre o deputado, que responde a um inquérito aberto quando era secretário da Saúde de Campo Grande. Mandetta é acusado de pagar por serviços médicos não executados. O parlamentar nega irregularidades no caso.
Auditorias – Mandetta é investigado por suposta fraude em licitação, tráfico de influência e caixa 2 no contrato para implementar um sistema de informatização na saúde em Campo Grande, no período em que foi secretário, entre 2005 e 2010. Questionado sobre as suspeitas, ele negou irregularidades.
“Exigia auditorias a cada 15% da execução do projeto. Tem seis auditorias. O projeto sofreu uma ruptura a partir de 2013, por interrupção adiministrativa, e um deputado de um partido de oposição resolveu fazer todas essas denúncias. Sempre que isso ocorre, a gente se sente desconfortável, mas quem é pessoa pública tem que se submeter a essas situações.”
Mais Médicos – Dentre os desafios, o próximo ministro da Saúde chega com a missão de contornar a saída de Cuba do Programa Mais Médicos, que deixou no País 8.332 vagas de médicos abertas. O governo já publicou edital para novas contratações. O futuro ministro afirmou ontem que o programa era uma parceria entre o PT e Cuba, e não entre dois países, e que ainda precisa se reunir com o governo atual para definir o que será feito após os profissionais cubanos deixarem o Brasil. 
“Esse (a ruptura do projeto) era um dos riscos de se fazer um convênio e terceirizar uma mão de obra tão essencial. Me pareceu muito mais um convênio entre Cuba e o PT, e não entre Cuba e o Brasil, porque não houve uma tratativa bilateral, mas sim uma ruptura unilateral (por parte de Cuba)”, disse ao deixar o Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) em Brasília, onde a equipe de transição se reúne, pouco após ser anunciado como futuro ministro da pasta.
“(A ruptura) era um risco que a gente já alertava no início. Precisamos de políticas que sejam sustentáveis. As improvisações em saúde costumam terminar mal, e essa não foi diferente das outras”, acrescentou.