O presidente da República, Jair Bolsonaro, disse nesta quinta-feira, 5, que o teto de gastos não deve ser flexibilizado. “Como conversei com Paulo Guedes (ministro da Economia), seria uma rachadura em um transatlântico”, afirmou.

A declaração de Bolsonaro reforça o recuo do presidente sobre revisar a regra que proíbe que despesas cresçam em ritmo superior à inflação. Mais cedo, nas redes sociais, ele já havia defendido a emenda do teto.

O presidente discursou nesta quinta-feira no lançamento do programa nacional das escolas cívico-militares. No evento, Bolsonaro afirmou que, para contornar o peso dos gastos obrigatórios, o governo deve atuar para que menos famílias dependam de auxílios como Bolsa Família e Benefício de Prestação Continuada (BPC).

No dia anterior, 4, no entanto, Bolsonaro havia dado aval à proposta de mudança na emenda do teto de gastos. Ele orientou o ministro da Economia, Paulo Guedes, a elaborar estudos para que ajustes sejam propostos ao Congresso, segundo o porta-voz da Presidência, Otávio Rêgo Barros.

O jornal O Estado de S. Paulo e o Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) revelou que a Junta de Execução Orçamentária (JEO) discutiu mudanças no teto por pressão da Casa Civil e dos militares, mas Guedes rejeitou propor alterações.