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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O que não mata, fortalece: o atentado a facas que sofreu fará Jair Bolsonaro (PSL) crescer, disse à reportagem seu vice, o general Antonio Hamilton Mourão (PRTB).

"Ele sairá disso aí maior do que entrou. Talvez aquelas pessoas que tinham dúvida [em votar ou não nele] agora não terão dúvida", afirmou o militar por telefone.

Mourão só ficou sabendo do ataque após pousar em Porto Alegre, onde participará de um evento, mais de duas horas após o presidenciável ser esfaqueado durante um ato em Juiz de Fora (MG).

O general criticou Dilma Rousseff (PT), que declarou sobre o atentado daquele que, dias antes, afirmou que iria "fuzilar a petralhada". "Aí se vê [o que é] o pessoal ligado ao PT. Isso é declaração de presidente da República? Observa-se nitidamente a péssima escolha que fizemos ao eleger esta cidadã."

Em seguida, prescreveu "muita calma" à nação. "Temos que acalmar os radicais de ambos os lados. Se as Forças Armadas não mantiveram estabilidade e calma, aí mesmo é que vamos ficar no caos."

O general já defendeu uma intervenção militar caso o país saísse dos trilhos -seja pela corrupção não punida, como disse em 2017, num evento maçom, seja por uma eventual turbulência social provocada tanto pelo veto quanto pela autorização a uma candidatura do petista Lula.

Desta vez, disse, não há necessidade para tanto, pois "o caso já está elucidado", com a prisão do homem acusado de atacar o presidenciável.

Em nota divulgada à imprensa minutos antes, Mourão havia culpado um "militante do Partido dos Trabalhadores" pela ofensiva. Não é o caso. Adélio Bispo de Oliveira foi, isso sim, filiado ao PSOL, do qual já se desligou.

Não é fake news afirmar que Adélio é petista, segundo Mourão. "O dado que se tem é que ele fazia parte da campanha da Dilma em Juiz de Fora", disse. Não citou fontes.