SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O presidente Jair Bolsonaro deve ser a figura de destaque em um jantar oferecido pelo Fórum Econômico Mundial na noite do próximo dia 23 em Davos, no evento anual que reúne a elite econômica e política mundial no resort nos Alpes suíços.


Além de Bolsonaro, o jantar fechado para convidados reunirá os presidentes Iván Duque (Colômbia), Lenín Moreno (Equador), Martín Vizcarra (Peru) e Carlos Alvarado Quesada (Costa Rica), com apresentação do CEO da Microsoft, Satya Nadella, sob o tema “Um futuro centrado em humanos para a América Latina”.


Por ora, não constam, ainda, outros eventos na agenda oficial do brasileiro ou do fórum, mas é esperado que ele faça um dos discursos principais do evento, que começa na noite da próxima segunda-feira (21) e termina na sexta (25).


A organização do fórum divulgou nesta terça (15) detalhes da 49ª edição do evento criado por Klaus Schwab para debater os rumos da economia e política global. Além de Bolsonaro, cerca de 60 chefes de Estado ou governo estarão presentes na cidade suíça, incluindo os premiês do Japão, Shinzo Abe, e de Israel, Binyamin Netanyahu, que acaba de se reunir com Bolsonaro no Brasil. 


A chanceler da Alemanha, Angela Merkel e os primeiros-ministros da Itália, Giuseppe Conte, e da Espanha, também participarão, além do presidente da África do Sul, Cyril Rapaphosa, e do vice-presidente da China, Wang Qishan. O secretário-geral da ONU, António Gutérres, o diretor-presidente da Organização Mundial do Comércio, Roberto Azevêdo, e a diretora-geral do Fundo Monetário Internacional estão entre os convidados.


O príncipe William, do Reino Unido, é aguardado, mas a primeira-ministra Theresa May, às voltas com o enrosco do “brexit”, ficará de fora do evento.


O mesmo ocorrerá com o francês Emmanuel Macron, o americano Donald Trump e o argentino Mauricio Macri, estrelas da edição do ano passado e agora às voltas com suas próprias crises domésticas.


Bolsonaro deve embarcar para Davos na noite deste domingo (20). Ainda não está confirmado se ele se instalará na cidade alpina de 11 mil habitantes ou em Zurique, como fez Michel Temer em 2018.


O presidente viaja com os superministros Paulo Guedes (Economia) e Sergio Moro (Justiça), que já tem em sua agenda dois painéis: um na manhã de terça (22), “Restabelecendo a Verdade e a Integridade), no qual é a figura central, e outro na tarde de quinta sobre Crime Globalizado.


Além dos superministros, estão na lista do Fórum para a delegação brasileira o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente, o chanceler Ernesto Araújo, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), e representantes de Petrobras e Eletrobras. 


O Planalto também considera a participação do general Augusto Heleno, ministro do Gabinete de Segurança Institucional, que tem auxiliado o presidente em questões de relações exteriores.


Em seu discurso, Bolsonaro pretende abordar a abertura do Brasil ao comércio e as negociações bilaterais, além de tratar do Mercosul.


A mudança de governo no Brasil atrai atenção entre mais de 3.000 participantes do evento, vindos de 119 países, entre políticos, executivos, empresários, ativistas, acadêmicos, empreendedores, artistas e jornalistas. 


Estão programadas cerca de 350 sessões ao longo de quatro dias sob o tema geral “Globalização 4.0: Moldando uma Arquitetura Global na Era da Quarta Revolução Industrial”.


No ano passado, a presença de Temer após um hiato sob o governo de Dilma Rousseff (2010-16) era aguardada. Acabou ofuscada pela presença de Trump (que subiu ao palco com uma fanfarra), Macron, Merkel, May, Macri e do canadense Justin Trudeau, um recorde. 


Neste ano, com a agenda dominada por temas como ambiente, direitos humanos e migrações, o discurso do presidente brasileiro pode soar fora de sincronia com o da elite global reunida em Davos, embora as expressões “abertura para investimentos” e “liberalização” costumem ser suficientes para garantir aplausos dos presentes. 


Nesse caso, Bolsonaro e sua entourage devem ser cobrados por uma questão no centro dos interesses dos investidores globais: a reforma da Previdência.