O presidente Jair Bolsonaro afirmou que o diretor Roberto Alvim, nomeado secretário especial da Cultura, ganhará “porteira fechada”, expressão usada quando o gestor tem total liberdade para compor sua equipe e uma forma de dizer que ele chega ao cargo com prestígio. Questionado sobre a mudança na pasta, ele afirmou: “Está na mão de um tal de Roberto Alvim. Porteira fechada para ele”, disse, para mais tarde completar: “A classe artística deve ficar feliz. Lei Rouanet, vem muita coisa boa por aí.”

No fim de setembro, Alvim atacou a atriz Fernanda Montenegro. Numa postagem no Facebook, chamou a atriz de “intocável” e “mentirosa”, provocando reação da classe artística.

Além do tom irônico ao afirmar que artistas poderiam ficar satisfeitos com a indicação de Alvim, o presidente sinalizou que mudanças seriam realizadas na Fundação Nacional de Artes (Funarte) e Agência Nacional do Cinema (Ancine).

Alvim foi nomeado nesta quinta para o cargo que era ocupado pelo economista Ricardo Braga, que foi remanejado para uma secretaria do Ministério da Educação. Em poucos meses, este é o terceiro nome no comando da secretaria da Cultura, que, também nesta quinta, foi transferida do Ministério da Cidadania para o Ministério do Turismo. A crise na área se aprofundou em agosto, com a saída de Henrique Pires do comando da secretaria. Na época, Pires atribuiu sua saída à suspensão do edital que seleciona obras sobre a temática LBGT para serem exibidas em TVs públicas.