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O Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) ultrapassou em outubro a meta para 2020 de R$ 1 bilhão em concessões de crédito para projetos paranaenses. O Estado representa, até o momento, 40,52% do total de valores trabalhados no Sul do País.

Os créditos foram destinados aos setores rurais, empresas de todos os portes e prefeituras, entre outros. As médias empresas foram as responsáveis por financiar a maior parte desses recursos.

De acordo com Wilson Bley Lipski, vice-presidente e diretor de Operações do BRDE, o banco tem potencial para aplicar esses recursos anualmente, mas o resultado alcançado em outubro projetou o Paraná como líder em concessão de crédito no extremo Sul do País.

Segundo Bley, esse é o reflexo do conjunto de ações da instituição para assistir empresas de todos os ramos de investimentos. Entre elas, o Programa Recupera Sul, que contou com recursos próprios na ordem de R$ 300 milhões. O programa foi implantado para a retomada de investimentos no pós-crise de 2018 e 2019, mas, neste ano, acabou se tornando uma linha de capital de giro para os empreendedores.

CICLO INTERROMPIDO – “Nós conseguimos superar essa meta e chegar a R$ 1,5 bilhão alguns anos atrás. O ciclo foi interrompido em 2016, na crise que veio no pós 2014, que se instalou em 2015, e que atingiu os investimentos de uma forma mais significativa no Paraná a partir de 2016, no nicho em que o BRDE atua”, explicou o diretor-presidente.

Ele acrescentou ainda que 2016, 2017, 2018 e 2019 foram anos em que o banco atingiu o menor índice mediante as possibilidades de financiamento, mas, em 2020, voltou a ter um desempenho acima do valor mínimo e que estes recursos serão aplicados no Paraná.

O vice-presidente destacou também que, além do Programa Recupera Sul, a captação de recursos que o BRDE tem promovido com instituições multilaterais internacionais e contratos assinados com a Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD), Banco Europeu de Investimento (BEI) e com Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF), proporcionam recursos para que o banco possa continuar financiando o empreendedor paranaense. Com isso, estima superar a marca de R$ 1,2 bilhão até o final de 2020.

Bley citou ainda a retomada de recursos do Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste (FCO) para financiar empreendimentos em energia renováveis, como PCHs, biomassa, parques eólicos e centrais fotovoltaicas, também para empreendedores no Mato Grosso do Sul.

“Outro ponto importante é que continuamos investindo, e agora para o segundo semestre com demanda para investimentos dos programas de sustentabilidade do banco, como o Programa de Produção e Consumo Sustentáveis (PCS) e o Programa Inovacred, para repassar aos empresários que estão inovando”, ressaltou o vice-presidente.

A articulação com o Governo do Estado e a parceria com diversas instituições, como associações comerciais e federações, também foram caminhos essenciais para que o banco levasse informação aos clientes, contribuindo para a retomada de ações e credibilidade no mercado.

Segundo a gerente de Operações Juliana Dallastra, o BRDE se mostrou como opção para as empresas em um momento em que os principais bancos estavam reduzindo sua exposição e restringindo o crédito no mercado. “Buscamos funding e atuamos fortemente no financiamento ao capital de giro que, embora não seja o nosso foco, era o que o mercado precisava no momento de crise”, explicou.

PANDEMIA – Bley explicou que, com a pandemia, muitos bancos privados recuaram nas concessões de créditos e abriram a possibilidade de bancos públicos atuarem mais fortemente no mercado por demanda.

“O BRDE retoma a demanda na forma de capital de giro, que não é o carro-chefe da instituição, mas que, neste ano excepcional, abriu oportunidades para dar assistências às empresas que ficaram desassistidas pelos bancos privados. Foram milhares de pedidos de financiamento nos meses de março, abril e maio, que foram concedidos para empresas que precisavam de recursos para passarem pelas dificuldades momentâneas”, explicou o vice-presidente.

De acordo com o superintendente da agência paranaense do BRDE, Paulo Cesar Starke Junior, outro setor que alavancou o resultado atingido foi o do turismo. Acrescentou que, devido à pandemia, o banco precisou assistir as empresas do setor, proporcionando financiamentos de capital de giro para dar sustentação a elas.

“Isso tudo contando com recursos do Fundo Geral do Turismo, o Fungetur, que também viabilizou recursos importantes a empresas que se aproveitaram da baixa demanda em atividades turísticas para investir”, disse Starke Junior.

Segundo a gerente de Planejamento do banco, Lisiane Maldaner Astarita de Limas, essas ações, em um primeiro momento, significaram a preservação de empregos. “Mas agora o foco maior é fomentar projetos de investimento para geração de riqueza e renda nas mais diversas regiões do Estado”.

MUDANÇAS DE ROTINA – Além dos números, o Banco Mundial também fez mudanças nos negócios. Com sugestões de distanciamento social e o fortalecimento do mundo digital, o BRDE acelerou o processo de digitalização e disponibilizou uma plataforma que aproximou o público e ofereceu soluções de financiamento diretas e rápidas.

“A mudança estava prevista inicialmente para ocorrer em 2021, mas as circunstâncias aceleraram o ritmo. Agora, por meio do Internet Banking, o paranaense pode tratar de processos de maneira remota e acessível, solicitar financiamento e receber atendimento profissional pela equipe do BRDE” , Bley Lipski.

“Migrar toda nossa plataforma de atendimento ao cliente para o ambiente digital possibilitou que pudéssemos atender um número muito maior de clientes, mesmo com toda equipe trabalhando remotamente. Considero que foi um sucesso, melhorias ainda precisam ser feitas, mas nosso tempo de resposta está melhorando continuamente”, observa a gerente de Planejamento.

LOGO PRAZO – Outro ponto importante destacado é que o BRDE atua no financiamento de longo prazo, em investimentos que mantêm no Paraná R$ 5 bilhões nas mãos de empresários. Ou seja, atualmente o mercado conta com esse valor viabilizado pelo BRDE e que só voltará à instituição num prazo de nove anos.

De acordo com Lisiane, o papel do BRDE, como banco de desenvolvimento, é ser resiliente e adaptável ao momento e às necessidades dos clientes. “O Programa Recupera Sul, por exemplo, permite o capital de giro com prazo mais longo e postergação dos pagamentos para os clientes que já tinham operação com o banco, dando um fôlego nos primeiros meses da pandemia.