MARCELO TOLEDO, NATÁLIA PORTINARI E TALITA FERNANDES

RIBEIRÃO PRETO, SÃO PAULO, SP, E BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – Descontentes com a política de reajuste do óleo diesel, caminhoneiros fizeram paralisações nas cinco regiões do país nesta segunda-feira (21). Pelo menos 17 estados mais o Distrito Federal registraram manifestações com bloqueios de rodovias, em greve organizada pela Abcam (Associação Brasileira dos Caminhoneiros), que representa motoristas autônomos.

Diante do protesto de proporções nacionais, o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, afirmou que o governo busca soluções para dar previsibilidade sobre o preço de combustíveis.

“O presidente da República, ao convocar a reunião, mostrou-se preocupado com o aumento constante dos combustíveis e ele gostaria de ver isso resolvido de forma mais palatável por parte do cidadãos, dos caminhoneiros e por parte dos usuários do sistema de abastecimento dos combustíveis”, disse.

Padilha, contudo, evitou responder a questionamentos sobre quais alternativas o governo busca para conter a alta dos preços.

Ele não quis comentar a possibilidade de alteração na cobrança de impostos, como sugeriu na última sexta-feira (18) o ministro de Minas e Energia, Moreira Franco. Ele também não mencionou alteração na política de preços da estatal.

O ministro da Casa Civil disse apenas que a elevação é resultado de uma política internacional de preços que a Petrobras adotou. Ele justificou a alta do dólar e do barril de petróleo para as oscilações e disse que o governo já agendou uma reunião para terça (22) com dirigentes da petroleira.

“Nós vamos tentar agora é ver se encontramos um ponto em que possa ter um pouco mais de controle nesse ponto [preços] para que os maiores interessados -cidadãos e os transportadores- possam ter mais previsibilidade”, disse minutos antes de participar de uma reunião comandada pelo presidente Michel Temer, no Palácio do Planalto.

Na sexta, Moreira Franco disse que o governo queria discutir a política de preços dos combustíveis no país, diante da escalada recente provocada pela alta do preço do petróleo no mercado internacional. A fala é contraditória ao que foi dito pelo ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, em entrevista à TV Globo, descartando a alteração na cobrança de impostos sobre os combustíveis.

Participaram do encontro Temer, Moreira, Padilha, Guardia, Esteves Colnago (Planejamento), e o secretário da Receita, Jorge Rachid. Uma reunião prévia, na noite de domingo (20) já foi realizada no Palácio do Jaburu para tratar do tema.

A agenda desta segunda foi marcada depois de os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE), também se manifestaram sobre o assunto. Eles anunciaram uma nota conjunta nesta segunda dizendo que as duas casas devem formar uma comissão para debater o preço dos combustíveis.

“O preço dos combustíveis, no nível em que se encontra, impacta negativamente o dia a dia dos brasileiros”, afirmaram.