FABIANO MAISONNAVE

CARACAS, VENEZUELA (FOLHAPRESS) – O candidato opositor Henri Falcón afirmou na noite deste domingo (20) que não reconhecerá o resultado da eleição presidencial venezuelana, na qual tem o ditador Nicolás Maduro como principal adversário.

“Não reconhecemos este processo eleitoral. Para nós, não houve eleições, é preciso fazer novas eleições na Venezuela”, disse Falcón por volta das 21h40 locais (22h40 em Brasília), que liderava as pesquisas de opinião mais reputadas do país.

Com a declaração, Falcón praticamente admitiu que obteve menos votos do que Maduro. O mandato presidencial é de seis anos. 

O ex-governador do estado de Lara acusou o governo Maduro de “atuar com perversidade” por usar a Carteira da Pátria, documento que dá acesso a diversos programas e benefícios sociais, para controlar o fluxo de eleitores ao longo do dia.

Para atrair eleitores, Maduro prometeu pagar um bônus a quem apresentasse a Carteira da Pátria nos Pontos Vermelhos, pequenos toldos montados perto e até mesmo dentro dos centros de votação. Segundo relatos dos próprios eleitores, o valor será de 10 milhões de bolívares (US$ 11), o equivalente a quatro salários mínimos.

Ex-chavista e ex-militar, Falcón rompeu com a decisão da coalização oposicionista MUD (Mesa da Unidade Democrática) de não participar da eleição. Seus principais líderes, Henrique Capriles e Leopoldo López, estão inelegíveis por perseguição política do chavismo.