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Cinco pessoas foram presas na manhã desta segunda-feira (17) no Rio de Janeiro e no Paraná por participar de uma quadrilha responsável por furtar mais de R$ 30 milhões de contas bancárias. A segunda fase da Operação Open Doors tem 43 mandados de prisão a serem cumpridos e mais de 40 de busca e apreensão em sete estados do país. Ao todo, 237 suspeitos foram denunciados por hackear a conta bancária de correntistas. 

Em Ponta Grossa, na Região dos Campos Gerais a 108 quilômetros de Curitina, o Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) prendeu duas pessoas, entre elas o cantor sertanejo Rick Ribeiro, e cumpriu três mandados de busca e apreensão. Entre os itens apreendidos, estão computadores, documentos e um veículo de luxo. Os presos ficarão em Ponta Grossa à disposição da Justiça do Rio de Janeiro. 

O cantor sertanejo seria um dos hackers do grupo e usaria o dinheiro das fraudes para financiar o clipes que usava para divulgar seus trabalhos na mídia e nas redes sociais. Entre os trabalhos mais conhecidos de Rick Ribeiro estão "Copo de Balada" e "Cuida de mim".

A operação é da Polícia Civil e do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro. Até 7h30, pelo menos quatro pessoas tinham sido presas na capital fluminense. Computadores e telefones celulares foram apreendidos.

No Rio de Janeiro, as ações se concentram em Vargem Grande e no Recreio dos Bandeirantes, na Zona Oeste; e nos municípios de Barra Mansa, Volta Redonda e Angra dos Reis. Mandados estão sendo cumpridos também em São Paulo, Bahia, Ceará, Santa Catarina, Paraná e Pará. Os envolvidos responderão por lavagem de dinheiro, furto qualificado e organização criminosa.

Modus operandi

Uma das fraudes aplicadas pelo grupo é o envio aleatório de emails e mensagens por celular a milhares de pessoas. As mensagens eram identificadas como sendo de instituições bancárias e pediam para que os clientes atualizassem suas senhas clicando em um endereço específico na internet.

Ao clicar nesses endereços, as vítimas eram direcionadas a websites com programas capazes de capturar informações de contas e senhas, que permitiam à quadrilha retirar quantias dessas contas de forma fraudulenta.

Outro golpe do grupo, que causava prejuízos ainda maiores segundo o Ministério Público (chegando a R$ 500 mil em alguns casos), era a ligação telefônica para potenciais vítimas. Os fraudadores se faziam passar por funcionários de bancos para obter dados pessoais. Entre os alvos estavam inclusive funcionários do setor financeiro de grandes empresas.

"Os integrantes da organização adotaram mecanismos para camuflar a origem ilícita do produto de seus crimes econômicos, na figura típica conhecida como lavagem de dinheiro, por meio da utilização de 'laranjas' na compra de terrenos, apartamentos e salas comerciais e para a ocultação de patrimônio", diz nota da Promotoria.