SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Após ver a candidatura de Rodrigo Maia (DEM-RJ) à reeleição como presidente da Câmara ganhar força, com o embarque do PSL de Jair Bolsonaro, o deputado Capitão Augusto (PR-SP) partiu para o ataque. 

Ele, que também está na disputa para liderar a Casa, soltou uma série de mensagens pelo WhatsApp para sustentar que ele é o único concorrente verdadeiramente de direita no páreo. 

Numa delas, ataca a deputada eleita Joice Hasselmann, que antes criticava Maia e agora que seu partido o apoia passou a defendê-lo publicamente.

“Minha base eleitoral será tão e somente com deputados de direita e centro-direita, não haverá a menor possibilidade de sujeitar as pautas impostas pela esquerda como vimos nos últimos anos”, disse. 

Também destacou um vídeo de 2016, resgatado nesta quinta-feira (3) pelo site O Antagonista, em que Joice se refere a Maia como “o presidente mais esquerdinha que a gente já teve” e afirma que ele “é pior do que o PT” e faz o jogo do partido de Lula.

“É incrível como alguns cargos fazem as pessoas mudarem de opinião rapidinho… Para quem pregava a moralização política e renovação na Câmara, está começando muito mal”, escreveu Capitão Augusto.

À reportagem o deputado do PR poupa o presidente (“eu, como aliado de primeira hora do Bolsonaro, não estou decepcionado com ele”), mas ataca seu partido. “Agora, o PSL na Câmara se juntar ao Rodrigo depois de tudo o que falaram, por um cargo ou outro na mesa [diretora da Casa]… O PSL não precisa disso, é muito maior. Se se sujeitar a isso, vai sair menor do que entrou.”

Sobre Joice em particular: “Ela, que depois de tudo o que falou, mudar tão rápido assim… Se bobear daqui a pouco está distribuindo santinho na Câmara. Ah, tenha santa paciência.”

Capitão Augusto afirmou que, ao contrário do PRB, que retirou a candidatura de João Campos após o PSL fechar com Maia, ele pretende continuar na disputa. Ele não tem respaldo dentro da própria legenda, o PR, e mantém sua chapa de forma avulsa.

Segundo ele, o atual presidente da Câmara “acabou dando um tiro no pé”, pois, como o voto é secreto, muitos parlamentares do PSL descontentes com Maia poderão migrar para outro candidato sem o desconforto de fazê-lo sob os holofotes. 

Senador eleito pelo PSL-SP, Major Olímpio disse que sua sigla “está unida, sim”. 

“O Luciano Bivar [presidente do PSL] fez o melhor possível para garantir governabilidade e ainda conseguiu grande espaço ao PSL na Câmara. Qual a alternativa teria? Ficar isolado e sem espaço nenhum e ainda comprometer a aprovação de medidas fundamentais ao país?”

“Lógico que muitas pessoas desconhecem a dinâmica da Câmara, como funcionam os blocos partidários, e aí criticam imaginando que, pelo fato de ter eleito 52 deputados e ser o partido do presidente, isso é o suficiente para garantir força real no dia a dia da Casa.”

Joice foi na mesma linha e afirmou que “a decisão foi absolutamente acertada pois garante a governabilidade do governo Bolsonaro”, fora garantir “espaços estratégicos” ao PSL, “o que é fundamental”. “O PSL agiu como gente grande, mostrando que sabe o caminho.”