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A Rede Monitoramento Covid Esgotos publicou nova Nota de Alerta informando o aumento observado nas cargas de Sars-CoV-2 nos esgotos de Curitiba. O informe é resultado da análise realizada nas semanas epidemiológicas 18 a 20 de 2022, que compreendem o período entre 1º e 19 de maio.

Em Curitiba, já havia sido identificado forte aumento das cargas de Sars-CoV-2 no esgoto no período entre 19 de abril e 3 de maio. Agora, a última investigação aponta que as cargas aumentaram ainda mais ao longo do mês de maio. Nas últimas semanas, as somas das cargas de Sars-CoV-2 no esgoto atingiram valores mais elevados, iguais a 449 e 342 bilhões de cópias genômicas do vírus por dia por 10 mil habitantes, nas semanas epidemiológicas 19 (10/05) e 20 (17/05) respectivamente. Esses valores são cerca de duas vezes superiores aos obtidos na semana epidemiológica 18 (03/05), que chegaram a ser seis vezes mais altos do que os registrados até 12 de abril.

O número de novos casos de Covid-19 em Curitiba também teve aumento, de aproximadamente três vezes na semana epidemiológica 20 (17/05), comparado ao período anterior. Os dados de carga de Sars-CoV-2 para a capital paranaense foram obtidos pela soma das cargas das cinco Estações de Tratamento de Esgotos (ETEs) monitoradas, que juntas atendem toda população de Curitiba e uma fração da população da região metropolitana.

O professor Ramiro Gonçalves Etchepare, do Departamento de Hidráulica e Saneamento da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e um dos pesquisadores da Rede Monitoramento Covid Esgotos, reforça que não há evidências sobre a possibilidade de transmissão do Sars-CoV-2 por meio do esgoto. “Não há relatos documentados de que o vírus tenha capacidade de infecção e replicação quando presente em resíduos fecais, esgoto sanitário e na água. Pesquisas indicam que nunca foi descrita infecção por Covid-19 por esses meios de exposição”.

Os resultados das pesquisas de epidemiologia baseada nos esgotos apontam que ela tem sido uma ferramenta importante para o acompanhamento da pandemia de Covid-19. A quantificação viral no esgoto é capaz de antecipar em até duas semanas os casos clínicos divulgados.

A Rede Monitoramento Covid Esgotos foi criada com intuito de ampliar a disponibilidade de informações para o enfrentamento da pandemia de Covid-19 por meio do monitoramento do Sars-CoV-2 nos esgotos das capitais brasileiras Belo Horizonte, Curitiba, Fortaleza, Recife, Rio de Janeiro e do Distrito Federal. A Rede é coordenada pelo Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Estações de Tratamento de Esgotos Sustentáveis (INCT ETEs Sustentáveis) e pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), com apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Em Curitiba, especificamente, o projeto é coordenado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) e conta com o apoio da Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar).