DASSLER MARQUES

SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – Horas depois de veículos de imprensa da Arábia Saudita recolocarem o português Jorge Jesus como favorito a assumir o Al-Hilal, o treinador corintiano Fábio Carille concedeu entrevista coletiva neste domingo (20), em Recife, e minimizou as possibilidades de saída do clube.

Recheada com críticas à imprensa, a manifestação de Carille contradisse declarações do próprio pai, Joaquim.

Na última quarta (16), ele afirmou ter recebido contato do filho, que estava com o Corinthians na Venezuela, para falar sobre a possibilidade de se mudar ao Al-Hilal. “Ele me falou que era uma boa proposta. Ele não me falou valores, mas que era uma boa proposta que poderia ser tratada como irrecusável”, revelou Joaquim Carille ao UOL Esporte na quinta-feira passada (17).

Além do pai, Fábio também levou o tema à direção do Corinthians para que estivesse ciente. O presidente Andrés Sanchez avisou que não poderia cobrir a proposta, que mais que triplica os rendimentos de Carille no clube. Ele hoje ganha algo em torno de R$ 300 mil, mas na Arábia os valores são de R$ 1,05 milhão por mês, livre de impostos.

Ex-jogador do Corinthians, o volante e hoje empresário Magrão é quem atua como intermediário na negociação que ganhou força no começo da última semana. Ao lado do sócio argentino Juan Ignacio Piedra, que vive na Ásia e se notabilizou por levar jogadores sul-americanos ao Oriente Médio, como Everton Ribeiro, Thiago Neves, Valdívia e Denílson, Magrão idealizou o negócio que foi tornado público pelo próprio Al-Hilal na última terça (15).

Enquanto o empresário Paulo Pitombeira, representante de Carille, aguarda pelo envio de um acordo oficial, advogados especializados em transferências internacionais foram mobilizados para dar suporte nas tratativas. André Ribeiro e Breno Tannuri assessoram o treinador do Corinthians nas conversas com o Al-Hilal, que apresentou, via intermediários, os valores e condições de trabalho que fizeram Fábio se inclinar para, caso isso se tornasse oficial, responder ‘sim’.

Segundo publicou o UOL Esporte no último sábado (19), Carille também fez ligações para pessoas que conhece do futebol e já trabalharam anteriormente na Arábia Saudita. À espera de algo oficial, também traçou planos para que o preparador físico Walmir Cruz e o auxiliar Leandro da Silva fossem consigo à Ásia – os nomes de Mauro da Silva, observador, e Mauri Lima, preparador de goleiros, também foram mencionados nessas conversas.

Antes de tornar público o nome de Carille, o Al-Hilal chegou a fazer uma oferta para o português Jorge Jesus, que inicialmente negou. Os eventos da última semana no Sporting, com invasões de torcedores à sede do clube e agressões a atletas, porém, desencadearam uma crise interna na equipe de Lisboa que recolocaram seu nome na pauta dos árabes.

CRÍTICAS À IMPRENSA

Após o empate por 1 a 1 contra o Sport, no último domingo (20), Fábio Carille voltou a ser questionado sobre a possível saída do Corinthians e negou que esteja acertado com o Al-Hilal. “Não recebi proposta, recebi uma sondagem e possibilidade da chegada de oferta. Enquanto eu não ouvir do meu empresário, vou esperar, como esperei sempre”, disse, para depois criticar a imprensa.

“Grande parte da imprensa, não todos, mente demais. Então, vou deixar bem claro. O que eu escutei do meu empresário: existe a possibilidade da chegada de uma proposta. Não chegou nada de oficial. Não sei se vai chegar”, acrescentou.