SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Cármen Lúcia, quer acumular as funções na Corte com o exercício do magistério no próximo ano. A declaração foi feita nesta segunda-feira (20) durante palestra na PUC (Pontifícia Universidade Católica) de Minas Gerais, instituição na qual a ministra é professora licenciada do curso de direito. As informações são da Agência Brasil.

Desempenhar atividades de docência durante o exercício de mandato no STF não seria uma novidade. O ex-ministro Teori Zavascki, por exemplo, nunca se afastou da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul) enquanto era membro do tribunal. Ele manteve participações em bancas de mestrado e doutorado e fazia palestras. “A PUC Minas é o lugar onde mais estive da década de 1970 até maio de 2006. Preciso da faculdade para recuperar minha alma”, disse a presidente do STF.

A palestra O Papel do STF na Consolidação da Democracia foi feita durante aula inaugural do semestre do curso de direito da PUC Minas. Na chegada à instituição, Cármen Lúcia foi recebida por manifestantes com faixas questionando a atuação do STF no processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. No início de sua palestra, ela comentou o episódio e disse que a manifestação é um direito e faz parte da democracia. A ministra falou ainda sobre a morosidade do Judiciário e destacou que atualmente 16 mil juízes precisam dar conta de 80 milhões de ações. Ela defendeu reformas no currículo dos cursos e lamentou que muitos profissionais se formam aprendendo a recorrer, mas não a conciliar.