Lucila Guimarães/SMCS

Depois de 21 anos abrigando os resíduos recolhidos na capital e outras cidades da região metropolitana, o aterro sanitário acabou se tornando a referência mais lembrada quando se fala da Caximba.

O mais afastado dos bairros da capital, no entanto, vai além do aterro, sendo uma região com perfil e história particulares. E do qual afloram imagens muito diferentes das toneladas de lixo que hoje recebem manutenção permanente, como mostra ensaio da fotógrafa Lucília Guimarães.

Mudanças
O aterro foi fechado há oito anos. No local, funciona hoje uma estação de tratamento do resíduo tóxico proveniente do lixo.

A região, onde a Prefeitura vem atuando para regularizar áreas de ocupação irregular como a Vila 29 de Outubro, abriga parte da Área de Proteção Ambiental do Rio Iguaçu, criada em 1991. São mais 4 mil hectares, que cortam a porção leste/sul da cidade, do Cajuru até o encontro do Rio Barigui com o Rio Iguaçu, no Caximba.

Imagens dessa natureza “grudada” no aterro emergem no ensaio de Lucília para o Olhar Curitiba, espaço em que os fotógrafos da Prefeitura trazem abordagens diferentes da cidade.

Ela, que acompanha a região desde a instalação do aterro, captou, por exemplo, um ninho que um joão-de-barro instalou num dos canos de liberação do gás produzido pelo lixo aterrado, além de capivaras, pássaros diversos e uma natureza abundante.

Origens 
O Caximba é uma localidade tradicional. Formou-se, principalmente, pela fixação de imigrantes europeus, como italianos e poloneses. Atualmente, abriga cerca de 2.600 moradores, sendo um dos bairros com menor densidade demográfica de Curitiba, de acordo com estimativas atualizadas pelo Ippuc (Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba).

Localiza-se no extremo sul de Curitiba, na divisa com Araucária e Fazenda Rio Grande, a 27 quilômetros do marco zero da cidade, e recebe as várzeas do Rio Iguaçu e do Rio Barigui.

Pelas suas características, a região desenvolveu atividades primárias de extração de areia e indústrias oleiras para atender as demandas da cidade. Além disso, a região se destaca pela produção de tijolos e extração de areia, matérias-primas usadas na construção civil de Curitiba.

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