EDUARDO MOURA

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O show de Marcelo D2 no palco Skate, na avenida São João, na altura da rua General Osório, começou pontualmente às 21h, com a música “Abre-Alas”. O setlist incluiu “Você Diz”, “Pode Acreditar”, “MD2”, “Maldição”, “Vai Vendo” e “Qual É”.

O local ficou lotado. A produção estima que cerca de 50.000 assistiram ao show -aproximadamente oito por metro quadrado. Algumas pessoas subiram em árvores, em pontos de táxi e em cima de veículos, como um caminhão que se encontrava no local.

Com o fim da apresentação, houve empurra-empurra para sair do local. Na entrada da área restrita da produção, fãs batiam nas portas de metal. “Só quero uma foto”, gritavam. 

Uma multidão também lotou a estação República do metrô.

Por parte de D2, não houve nenhuma manifestação política. Segundo a produção, os músicos foram orientados pela prefeitura a não se manifestarem.

O artista ganhou fama nos anos 1990 ao integrar o Planet Hemp, grupo de rap rock que sempre teve em seu DNA a defesa do uso da maconha, o que se revela em letras de músicas como “Queimando Tudo”, “Ex-quadrilha da Fumaça” e “Legalize Já”.

Os integrantes chegaram a ser presos em Brasília, em 1997, sob a acusação de apologia de uso de drogas. O episódio chegou a ser comentado pelo ministro do STF Celso de Mello, anos mais tarde, que chamou a ação policial de “interferência brutal ao processo de produção intelectual e artística”, em sessão que decidiu pela legalização da Marcha da Maconha, em 2011.

Projeto mais recente e ainda inédito do artista, “Amar É Para os Fortes” dá nome tanto ao filme dirigido e roteirizado por D2 quanto ao álbum, que conta com participações de Gilberto Gil, Marisa Monte e Nação Zumbi.