A má situação financeira da Chapecoense se reflete dentro de campo no Campeonato Brasileiro. O time catarinense iniciou a 22.ª rodada na lanterna da competição e precisará de pelo menos duas para deixar a zona de rebaixamento. A diretoria admite ter feito escolhas erradas, que podem ocasionar no primeiro rebaixamento da história do clube.

“Nosso time não encaixou, não deu liga”, resumiu Paulo Magro, presidente em exercício. O problema não é de agora. De 2017 para cá, já passaram oito treinadores pelo clube, sendo três só neste ano. “Acho que a gente deveria ter dado mais tempo aos treinadores, mas tem a pressão da torcida e a cultura do futebol é imediatista”, defendeu-se o mandatário.

Desde que deixou a Série D, a Chapecoense nunca foi rebaixada. Marquinhos Santos e seu elenco tentam evitar o vexame histórico de um rebaixamento. “A gente acredita que dá para reverter. Estão chegando alguns jogadores e vamos melhorar”, apostou Magro.

Marquinhos Santos conta com o aval da diretoria, mas não era a primeira opção. O time foi atrás do técnico Lisca, mas ele pediu um salário muito elevado e as conversas não foram adiante. O fato é que sucessivos erros de contratação tanto de técnico como de jogadores culminaram na situação delicada vivida pela equipe catarinense. O clube investiu pesado em alguns atletas que não deram o retorno esperado e a conta está sendo paga agora.

Com um elenco limitado, uma das saídas pode ser apostar na base, algo comum para um clube que está em situação complicada e sem dinheiro. Cinco jogadores são vistos com bons olhos e podem render em campo ou em uma futura negociação: o zagueiro Hiago, o volante Tharlis, o meia Vini Locatelli, o atacante Régis e o principal deles, o goleiro Tiepo, destaque da equipe.

A base, inclusive, é vista como uma salvação para um futuro próximo. Em fevereiro, o dirigente José Carlos Brunoro, famoso por seu bom trabalho no Palmeiras, nos tempos de Parmalat, foi contratado para reformular a base e fazer o time revelar novos talentos.

A expectativa da diretoria é que o time consiga escapar do rebaixamento e vender pelo menos um jogador por uma boa quantia. Tiepo é o mais visado no mercado nacional e internacional. Mas antes de pensar em negociação, a ordem é evitar mais uma triste notícia para a torcida da Chapecoense.