João Frigério – No Litoral

O mau tempo e os fortes ventos deixaram um rastro de destruição nos municípios do Litoral do Paraná, ontem. De acordo com o Simepar, os ventos chegaram a 97,2 quilômetros por hora em Guaratuba. A chuva intensa também alagou ruas e ondas fortes ameaçaram a orla. Com o temporal, municípios cancelaram as aulas nas redes municipais. Em Curitiba, embora em menor escala, ocorreram queda de árvores.

A situação no Litoral já era esperada um dia antes, quando a Marinha emitiu alerta para ventos fortes na região com possibilidade de ressaca. O alerta segue hoje.

Com previsão de chuvas superiores a 100 mm, ontem, as prefeituras de Guaratuba, Paranaguá, Morretes e Antonina suspenderam as aulas nas escolas da rede municipal e o atendimento nos postos de saúde ficou restrito. O prefeito de Matinhos, José Carlos Espírito Santo, decretou situação de emergência município, de tarde.

A travessia da baía de Guaratuba ficou suspensa das 9h30 até as 16 horas por conta das más condições do tempo. O mesmo aconteceu com as travessias paras as ilhas do Mel e dos Valadares.

A Companhia de Energia Elétrica do Paraná (Copel) afirmou que cerca de 22 mil unidades consumidoras ficaram sem luz no Litoral do Paraná devido às fortes chuva.

Árvores cairam sobre a fiação elétrica e as vias de acesso aos balneários. Em Guaratuba, onde a situação ficou bastante crítica, os Centros de Referência em Assistência Social (CRAS) cadastravam e recepcionavam as famílias que tiveram as casas danificadas pelo vento. A água invadiu as rodovias de acesso a Guaratuba.

Curitiba

Curitiba também teve chuva durante quase todo o dia, ontem. Desde a madrugada, chuva e ventos mais fortes eram registrados na cidade. No final da manhã, a Defesa Civil chegou a emitir alerta para possíveis casos de alagamentos e danos a edificações, com a ocorrências de rajadas de vento e possibilidade de chuva de granizo.

De tarde, a Defesa Civil de Curitiba informava que foram registradas seis ocorrências em razão da chuva, sendo cinco quedas de árvores e um pedido de fornecimento de lona.

Os bairros afetados foram Barreirinha, Pilarzinho, Água Verde, Capão da Imbuia e Alto da Glória. Porém, não foram registrados feridos, desabrigado ou desalojados. A cidade registrou rajadas de vento de até 59 km/h.

Instabilidade deve dar trégua em Curitiba, mas nas praias o alerta deve ser mantido

As chuvas foram intensas, ontem, como há muito não acontecia. Depois de junho e julho com pouca chuva, o volume registrado desde a segunda-feira foi grande. Até as 18 horas de ontem o Simepar registrou 58 mm de chuva em Curitiba e 152,4 mm em Guaratuba.

Algumas chuvas e ventos ainda ocorrem no início do dia, principalmente entre a RMC e o litoral. A incursão de um ar mais frio do quadrante sul, também favorece com temperaturas mais baixas pela manhã.

No Litoral, a condição de mar mais agitado ainda é considerada. Ontem, O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) afirma que o vento forte foi causado por um Ciclone Extratropical.

Mas, para Curitiba, o tempo mais chuvoso deve dar uma trégua. A previsão é de sol ainda pela manhã. As temperaturas não se elevam e ainda faz frio de tarde.
Ontem, o começo da tarde na Capital tinha sensação térmica de apenas 4ºC. Hoje a mínima deve ficar em 7ºC e de tarde os termômetros chegam a 15ºC.

O que fazer depois de um dia com chuva forte

Quando a chuva passar, é indicado que o indivíduo faça a limpeza de utensílios, objetos e cômodos que tenham entrado em contato com a água. Assim, evita-se doenças, orienta a Coordenadoria Municipal de Proteção e Defesa Civil.

A Defesa Civil orienta que pedestres e motoristas não passem por cima de áreas alagadas. “Buracos podem ter sido abertos durante a chuva”, lembra o coordenador municipal da Defesa Civil, Nelson de Lima Ribeiro.

Em uma emergência ou se tiver dúvidas, o cidadão pode ligar para o telefone de emergência 199 da Defesa Civil. Para retirada de árvores da via pública, o contato é a Central 156 de Atendimento ao Cidadão.

“Em caso de alagamento deve ser observado o nível da água: o limite é no meio da roda do carro. Se aumentar, a pessoa precisa parar o carro assim que possível e, mesmo sob chuva, com a janelas aberta para facilitar a saída do veículo se a situação piorar”, completa Ribeiro.

O essencial é ter atenção para alguns pontos antes de a chuva começar. “Os moradores devem manter calhas e bueiros limpos para prevenir o risco de entupimento durante o período da chuva”, lembra o coordenador. E nunca se deve subir no telhado da casa durante a chuva.

A Prefeitura desenvolve um trabalho periódico de preparação de profissionais e de obras necessárias para minizar os impactos de incidentes climáticos, mas é fundamental que o cidadão tome algumas precauções para evitar acidentes.