Uma mãe jornalista, outra publicitária, uma professora, a arquiteta, outra do lar, além desta colunista irão revelar o outro lado da maternidade. Uma espécie de Darth Vader da relação mães e filhos, sempre exaltada como algo santificado, perene, intrínseco ao ser feminino.

Assim como filho não vem com manual de instruções, as mães também passam por situações críticas, vivem encruzilhadas sobre certo ou errado, se liberam demais ou pegam pesado, a doce cruel medida da educação. Uma coisa são os valores, outra, a situação inusitada, aquela que você acha que só acontece com os outros. O discurso satisfatoriamente usado com o filho mais velho não funcionou com o mais novo, afinal cada um, mesmo sendo filho, é um ser diferente.

Mas vamos aos fatos. Mães também acham os filhos cansativos, ladrões do tempo e isso não é nenhum pecado mortal. Mães já foram filhas, por isso mesmo (e a í vai um segredo), desenvolvemos audição e visão aguçadas, pois quem nunca resmungou chata, depois de um sermão? Outro segredo: mães também resmungam chatos, mas como vocês são filhos, não sabem disso.

  1. Podíamos sair do status mãe quando estamos de TPM. Tem dias que simplesmente você não quer falar, mas precisa porque você é a mãe. Há momentos que cansa de ouvir a voz dela, que pecado! Tem dias que eu sou mais infantil que minha filha. Como é desgastante ser mãe (terapeuta, dona de casa, profissional, cozinheira, bruxa, trocamos lâmpada, gás e o que precisar. Somos um combo!) a gente merecia pelo menos um salário!
  2. Filhos jogam pai contra mãe, cabe aos adultos tomar providências sobre isso. Não entre no jogo deles. Filhos são manipuladores. Ensinar é pouco. Tem que dar bom exemplo, fazer, fazer, fazer, fazer até os 20 anos de idade. Mesmo assim eles ainda não terão aprendido corretamente. “Só você sabe passar aquela camisa branca com perfeição” Tá bom.
  3. Quem disse que eu sei Matemática, Geografia, Política e fazer Milk shake igual ao fast-food? Muita vezes pensei em dizer para meu filho ir ao Google que tem as respostas do mundo e me deixar tomar uma taça de vinho em paz.
  4. Acho que das coisas que a gente nunca diz é que há momentos em que nos arrependemos de ter filhos. Uma coisa meio como quem adota bicho, sabe? Dá vontade de devolver. É exaustivo.
  5. Por que eles têm vontade de ir ao banheiro quando sentamos à mesa, entramos no carro ou vamos num mercadinho de bairro? Por que temos que chorar escondidas e sempre nos mostrar fortes? São respostas que ainda não encontrei.

Agora é só assinalar as alternativas.

 

Ronise Vilela é jornalista e ativista de redes sociais.