Nesta segunda-feira (10), o cinegrafista Santiago Ilídio Andrade, 49 anos, da TV Bandeirantes, teve morte cerebral, de acordo com a Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro. Durante uma manifestação que ocorreu na capital carioca na última quinta-feira (6), Andrade foi atingido na cabeça por um rojão.

O cinegrafista sofre um afundamento no crânio e foi submetido a uma cirurgia no Hospital Souza Aguiar. Após o procedimento cirúrgico, Andrade ficou em coma induzido.

A explosão ocorreu durante um confronto entre a policiais e manifestantes que protestavam contra o aumento da tarifa de ônibus no Rio. Câmeras de segurança no Centro da cidade, cinegrafistas e fotógrafos registraram o momento em que Andrade foi atingido.

Na explosão, Andrade teve afundamento do crânio e perdeu parte da orelha esquerda. No hospital, foi submetido a uma cirurgia para diminuir a pressão craniana. No sábado, uma tomografia constatou que a hemorragia havia sido controlada, mas o estado de saúde do cinegrafista piorou.

Os médicos teriam feitos exames que mostraram que 90% do lado esquerdo do cérebro do cinegrafista estariam sem irrigação.

Em nota, a Secretaria informou que a morte encefálica foi diagnosticada pela equipe de neurocirurgia do hospital na manhã de hoje. “A pedido da família, a secretaria torna público o agradecimento a todos os que torceram pelo seu restabelecimento e que, num ato de solidariedade, atenderam ao chamado para doar sangue ao Hemorio, diz trecho da nota.

O cinegrafista tinha mais de 20 anos de profissão e trabalhava há 10 anos na Rede Bandeirantes. Andrade era casado e pai de quatro filhos.

 

No sábado (8), Fábio Raposo compareceu à 17ª DP, no bairro São Cristovão, e confirmou ter passado o rojão a um homem que acendeu o artefato que atingiu o cinegrafista. Em depoimento, Raposo afirmou que não conhecia o suspeito que lançou o rojão durante o confronto.

Após a Justiça emitir mandado de prisão, Raposo foi detido em sua residência e encaminhado à cadeia pública de São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio. A polícia solicitará um retrato-falado para identificar o homem para quem Raposo entregou o rojão.

O nome do deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL-RJ) foi mencionado um em documento assinado pelo estagiário do advogado que defende Raposo.