O Diabetes é caracterizado pelo excesso de glicose no sangue e pode trazer graves complicações como cegueira, insuficiência renal, lesões vasculares com amputações de membros, demência, problemas cardiovasculares e até o óbito.
Como o diabetes está francamente associado à obesidade, a cirurgia metabólica visa o controle da glicemia e também a perda de peso. O diabetes do tipo II é resultado da secreção deficiente de insulina pelas células beta do pâncreas e ou aumento da resistência periférica à ação desta. A obesidade pode elevar o risco em 10x para cada aumento de 10% no peso corporal. 
Em dezembro de 2017, o Conselho Federal de Medicina (CFM) publicou a resolução 2172/2017 que ampliou a indicação de cirurgia metabólica para pacientes com diabetes tipo II.
Várias entidades reconhecidas já haviam proposto a liberação desta cirurgia para pacientes com obesidade grau I, ou seja, IMC entre 30 e 34.9 Kg/m2, como a International Federation for Diabetes (IFD) em 2011, e em 2013 e 2014 respectivamente a American Society for Metabolic and Bariatric Surgery (ASMBS) International Federation for the Surgery of Obesity and Metabolic Disorders (IFSO) também reconheceram esta cirurgia para pacientes com diabetes tipo II, sem controle da doença após tratamento clínico e mudanças no estilo de vida.
As principais normas da resolução são:
Paciente precisa ter diabetes miellitus tipo II e ter IMC entre 30 kg/m² e 34,9 kg/m²;
Paciente precisa ter mais de 30 anos e no máximo 70 anos;
Paciente precisa ter diabetes miellitus tipo 2 há menos de 10 anos;
A indicação cirúrgica  precisa ser feita por dois médicos especialistas em endocrinologia;
Para indicação, é necessário um parecer que mostre que o paciente apresentou resistência ao tratamento clínico com antidiabéticos orais e/ou injetáveis, mudanças no estilo de vida e que compareceu ao endocrinologista por no mínimo dois anos;
Paciente não pode ter contraindicações para a cirurgia.
O CFM aprovou a técnica de bypass gástrico com desvio intestinal em Y de Roux como cirurgia padrão para o controle do diabetes tipo II. Caso não seja possível ou seja contra-indicada esta técnica, a gastrectomia vertical também chamada de Sleeve poderá ser realizada, e mais nenhuma outra técnica cirúrgica.
O intuito dessa resolução do CFM é mostrar os critérios para a indicação da cirurgia metabólica bem como a acrescentar como mais uma arma potente no tratamento desta doença progressiva e letal.
Os resultados são bastante animadores, porém a indicação sempre deve partir de um médico endocrinologista. A cura ou pelo menos o controle do diabetes tipo II reduz a mortalidade cardiovascular e aumenta a sobrevida destes pacientes, reduzindo também os custos futuros com os tratamentos e as complicações causadas por esta doença que é a pandemia do século.
* Giorgio Baretta é Mestre e Doutor em Cirurgia pela UFPR, cirurgia Bariátric, Cirurgia do Aparelho Digestiva,  Endoscopia Digestiva e Bariátrica