O general Benny Gantz, rival do primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, anunciou na quarta-feira, 20, que não conseguiu formar uma aliança de governo e devolveu ao presidente, Reuven Rivlin, o mandato para negociar uma coalizão. O impasse aproxima Israel de uma nova eleição – a terceira em menos de um ano. “Fiz de tudo para formar um governo de união nacional. Mas o bloco de direita só enxerga os interesses de uma pessoa”, disse Gantz, em uma crítica ao premiê e seus aliados.

Após semanas de negociações, Gantz, que lidera o partido Azul e Branco, tinha até a meia-noite de hoje para apresentar ao presidente um governo de coalizão. O anúncio foi feito horas antes de expirar o prazo. As primeiras eleições, em abril, terminaram sem um claro vencedor, o que levou à convocação de uma nova eleição. Em setembro, o resultado foi parecido, com nenhum candidato obtendo maioria de 61 deputados no Parlamento de 120 cadeiras.

Inicialmente, Rivlin havia dado a Netanyahu – no poder desde 2009 – a tarefa de formar um governo. Mas o premiê, que lidera um bloco de direita e religioso, tinha apoio de apenas 55 deputados. O presidente passou então a tarefa a Gantz, cujo bloco de centro-esquerda contava com 57 deputados, incluindo de partidos árabes.

Quem impede a formação de uma coalizão é o ex-chanceler Avigdor Lieberman, líder do partido Yisrael Beiteinu, que elegeu 8 deputados. Conservador de caráter secular, ele não aceita uma aliança com os religiosos, de Netanyahu, ou com os árabes, de Gantz.

Uma outra possibilidade seria um governo de união, entre Netanyahu e Gantz, em um governo compartilhado. O problema, nesse caso, são as divergências entre os dois – principalmente quem ocuparia o cargo de premiê primeiro – e a promessa de campanha do general de não fechar acordo com Bibi.

Diante do impasse, Rivlin pode dar agora três semanas para que os deputados do Parlamento israelense proponham nomes de figuras políticas capazes de conseguir uma aliança, o que os dois principais líderes partidários não conseguiram.

Se, ao fim desse novo prazo, nenhuma personalidade política obtiver apoio suficiente para se impor na liderança do governo, Israel voltará às urnas pela terceira vez em menos de um ano, uma situação sem precedentes no país. Autoridades israelenses reclamam de organizar seguidas eleições que não alteram o panorama. O custo total dos três processos eleitorais foi estimado em até US$ 3,5 bilhões. (Com agências internacionais)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.