Daniel Castellano / SMCS

Com a pandemia do novo coronavírus, o cultivo e a colheita nas 33 hortas comunitárias de Curitiba ganharam cuidados extras para proteger quem trabalha nos espaços com apoio da Prefeitura. Distanciamento entre os produtores nos canteiros, criação de escalas de permanência e higienização permanente das mãos e utensílios são algumas das recomendações da Secretaria Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional (SMSAN). Além disso, todos os agricultores urbanos precisam usar obrigatoriamente máscaras.

Segundo a coordenadora de Hortas Comunitárias da SMSAN, Lillian de Macedo, desde o início da pandemia, os produtores urbanos da capital estão sendo alertados sobre a importância de se proteger da covid-19. “Já em março, com o anúncio dos primeiros casos, os agricultores com sintomas de gripe ou do grupo de risco, como idosos, doentes crônicos, gestantes e crianças, foram orientados a não frequentar os espaços”, lembrou ela. 

Nas visitas em campo e pelos grupos de WhasApp dos agricultores urbanos, as equipes da agricultura urbana da Prefeitura também passam recomendações sobre o trabalho diário nas hortas. “Não é permitida longa permanência, podendo apenas plantar, regar, colher e limpar, sem aglomerações”, conta Lillian.

Os engenheiros agrônomos da SMSAN ainda têm pedido aos produtores da hortas comunitárias que evitem compartilhar ferramentos de plantio. “Além disso, é fundamental que eles não esqueçam de higienizar as mãos com sabonete líquido ou álcool em gel após usarem torneiras e ferramentas”, acrescenta a coordenadora de Hortas Comunitárias da Prefeitura. 

Bom exemplo

Na entrada da horta comunitária do Cajuru, os 24 produtores urbanos do local são lembrados dos principais cuidados por um imenso cartaz instalado pela SMSAN. “No nosso grupo de ZAP (sic), a gente reforça os cuidados e também organiza a vinda do pessoal para que não tenha gente demais”, conta o autônomo Ezequias Moreira Lima, 51 anos, um dos líderes do espaço de cultivo. 

A dona de casa Cristiane Garcia, 39 anos, procura ir cedo pela manhã à horta do Cajuru e não fica mais do que uma hora cuidando do canteiro cultivado por ela, repleto de alface, couve e temperos. “Venho mais para colher e ver se as plantas precisam de água”, salienta ela. 

A dona de casa Geny Fermino, 57 anos, não faz parte de nenhum dos grupos de risco, mas como o marido é diabético tem cuidado redobrado ao ir na horta do Cajuru. “Procuro me organizar quando tem no máximo três ou quatro pessoas e sempre mantemos distância”, explica ela, enquanto colhe pés de brócolis e rega as mudas de hortaliças plantadas no fim de junho.