A NBA encontrou na semana passada uma solução para retomar a temporada, apesar da pandemia do novo coronavírus, com um formato excepcional a partir de 31 de julho na cidade de Orlando, na Flórida, mas as consequências provocadas pelo surto da covid-19 e pela comoção social pelo assassinato de George Floyd em uma operação policial fizeram com que vários jogadores se oponham ao retorno da liga. O comissário Adam Silver disse que entende toda a situação e assegurou que os escutará para resolver as questões.

“A medida que avançamos nestes problemas, posso entender como se sentem alguns jogadores. Não por sua própria situação, mas por razões familiares, de saúde ou como desejam dedicar seu tempo em um momento tão especial”, afirmou Silver em entrevista à ESPN norte-americana, reconhecendo que essa não é situação ideal para o momento.

“Estamos tentando encontrar um caminho até nossa própria normalidade em meio a uma pandemia, em meio a uma recessão com 40 milhões de desempregados (nos Estados Unidos) e agora um enorme mal estar social no país”, prosseguiu o comissário da NBA.

No entanto, uma reunião por teleconferência envolvendo cerca de 80 jogadores e liderada pelo armador Kyrie Irving, do Brooklyn Nets, na última sexta-feira, mostrou que apesar do aval da Associação de Jogadores (NBPA, na sigla em inglês), ainda há muito a ser discutido.

Para muitos atletas, a retomada da competição na “bolha” de isolamento na Disney não é oportuna e implica em limitação de liberdade. Além disso, em meio a manifestações por justiça social e contra o racismo, alguns jogadores acreditam ser ruim para uma liga composta predominantemente por negros um projeto de retomada do basquete apenas para aliviar o ônus econômico da liga.

“Eu não apoio ir para Orlando. Eu não estou com o racismo sistêmico e a palhaçada. Algo cheira mal. Eu estou disposto a abrir mão de tudo que tenho pela reforma social”, disse Irving, que é o vice-presidente da NBPA.