Franklin de Freitas/Arquivo Bem Paraná

Chegou a época do ano em que somos bombardeados de promoções e levados a consumir aquilo que precisamos, e aquilo que definitivamente não precisamos. Black Friday, Natal, Ano Novo e as férias são momentos de festividades com promoções que prometem ser imperdíveis.

Os anúncios promocionais com o “espírito de compra” estão por todos os lados, o que torna um pouco difícil a tarefa de não dar ao menos uma “olhadinha” em algum produto, e isto não é um problema desde que, o seu consumo esteja sendo consciente. Este período traz promoções sedutoras e em muitos casos, a compra é feita por impulso e não por necessidade ou real vontade.

De fato, promoções são muito bem-vindas e podem ser muito vantajosas. Mas é necessário um cuidado ao ver oportunidades de primeira que são de brilhar os olhos, mas que no fim, vão trazer uma possível dor de cabeça.

De acordo com um estudo realizado pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), foi levantado que seis a cada dez consumidores aproveitam essas ofertas para comprar por impulso.

Devido à pandemia, o Brasil e o mundo passaram por grandes crises de emprego e econômicas, mas nem isso foi suficiente para fazer com que algumas pessoas, em especial as que têm dívidas ou estão com o orçamento no limite, evitassem fazer compras nas datas mais relevantes do calendário para o comércio.

Sendo assim, não causa surpresa, os dados de um segundo estudo realizado pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), em parceria com a Offer Wise Soluções em Pesquisa, que afirma que o Natal deve movimentar R$38 bilhões na economia do país.

Vamos lembrar que estamos vivendo um momento singular, portanto, ter responsabilidade financeira é imprescindível diante de um futuro que ainda parece tão incerto. É momento de pensarmos de forma racional, e entender que o consumo consciente precisa fazer parte da nossa cultura e do nosso dia a dia.

E, se existe algo de bom nesta fase que estamos vivendo, é aprender sobre as reais necessidades e o supérfluo. Isso não quer dizer que não devemos comemorar e presentear, mas uma boa dose de parcimônia é fundamental para pisar em 2021 sem dificuldades financeiras.

E para não cair em falsas promoções ou comprar impulsivamente, é importante seguir algumas dicas:

Pesquise os produtos: Estudando o produto que deseja em diversos lugares, é possível que consiga economizar, pois na maior parte dos casos, eles têm diferenças de preços de uma loja ou site a outro. Além disso, é importante estar atento a falsas promoções. Portanto, se já tem algo em mente que deseja comprar, pesquise tempos antes para ver se realmente vale a pena.

Faça um balanço financeiro: Você realmente está precisando daquilo? Vai comprometer o seu orçamento? É importante se questionar e colocar na balança suas necessidades, sua renda e se realmente é algo válido a se adquirir.

Dê preferência pelas compras à vista e no débito: Claro que depende da compra que se realiza, mas se for algo pequeno e que consiga pagar à vista e no débito, dê preferência. Isso porque, dessa forma, você não acumula dívidas para os próximos meses e deixa seu dinheiro livre para outras necessidades.

Reflita o porquê de estar adquirindo o produto: Muitas pessoas acabam comprando por impulso produtos que nem queriam, as promoções de fim de ano podem encher os olhos, mas fique atento e seja mais racional ao comprar, veja se precisa ou se realmente quer aquilo, para que não seja um gasto à toa que poderia ser utilizado em outras coisas mais relevantes.

Se possível, poupe: Talvez a tarefa mais difícil, ainda mais com a alta nos preços das despesas diárias e contas, mas de extrema importância, seja poupar. Poupe mesmo que seja o mínimo. Guarde R$5, R$20 ou R$100, pois esse dinheiro, mesmo que pouco, pode ser útil em uma emergência, por isso é importante ter uma reserva.

Neste período mais que nunca é importante fazer uma reflexão sobre suas finanças, ainda mais em meio à crise de uma pandemia que está acontecendo. O cenário ainda não está dos mais favoráveis, portanto, toda análise da situação é importante.

*Dora Ramos é consultora contábil com mais de 30 anos de experiência. Empreendedora desde os 21 anos, é CEO da Fharos Contabilidade e Gestão Empresarial