Tita Blister

Tudo é conexão. Para mim funciona desse jeito e no dia a dia, quem não vive no modo automático, também percebe essas ligações desde os pequenos detalhes, uma frase de outdoor, a música que ouviu em frente a loja, a mensagem que recebeu logo após pensar na pessoa e assim todo o fluxo, resultado da sua vibração.

Hoje pensando num outro tema para a coluna, as conexões me levaram a totalmente outro caminho, todos eles sutis, belos e sensíveis. Há algum tempo venho estruturando o meio, a ferramenta de aplicar a comunicação afetiva, que em primeira leitura achei que fosse uma tendência da contramão da Comunicação Social de nossos tempos. Entretanto, estudos com comunicação não violenta e a leitura de um artigo do LinkedIn sobre Escrita Expressiva outra forma que está se modulando às necessidades de um público que prefere estabelecer essa troca comunicativa mais humanizada.

Evolução? – Essa comunicação tem um ponto de partida, e foi aí que outra conexão aconteceu: quando se olha pelo olhar alheio. A foto da criadora visual Tita Blister, que ilustra esse texto me chamou a atenção. Cor, unidade e ao mesmo tempo, sem leituras técnicas, o olhar para algo que meu olho se sensibilizou. Foi daí que quis escrever sobre o assunto. Como vertentes querem se conectar com informações, novas frentes, opiniões, mas sob uma ótica mais leve, menos rígida. Cada qual com seus repertórios, mas que sejam compartilháveis e não meramente uma exposição unicamente taxativa, hermética e ditatorial.

A pitanga está sozinha ou foi vista sozinha? Uma calçada de pedras? O que são aquelas sujeirinhas? A cor pujante que contrasta com o entorno, poderia ser uma foto publicitária inclusive. Como? Com sensibilidade, com afeto, por isso o codinome comunicação afetiva – porque vivemos tempos ácidos, onde o deboche, a ironia e a opinião instantânea viraram arma, polêmica e pouca mudança para evolução.

Ser sensível não é ser fraco, frágil ou impotente. No meu ponto de vista pode ser uma nova maneira de ouvirmos mais. De repensar como falamos, escrevemos, como usamos essa multiplicidade de ferramentas disponíveis para “vender nosso peixe”, como ele é. Autenticidade! Mais isso falo no próximo capítulo, no caso, coluna.

Ronise Vilela é jornalista, escritora,poeta, criadora do @dimondicomunicacaoafetiva e praticante de ferramentas de processos energéticos