Divulgação/FIEP/Gelson Bampi

As votações do texto básico da Reforma da Previdência ainda estavam em curso em Brasília quando a pesquisa mensal da Fiep, que mede o Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI), foi realizada. Mas o resultado confirma que já havia um sentimento de otimismo entre os empresários. Após quatro meses seguidos de queda, em julho, o indicador cresceu 3,2 pontos em relação ao mês anterior, passando de 55,7 para 58,9 pontos, na área de otimismo.

Ao decompor o resultado, tanto o indicador de expectativas, que avalia os próximos seis meses, quanto o de condições, referente aos últimos seis, melhoraram. O primeiro saiu de 61,4 para 63,6 pontos, aumento de 2,2 pontos, consolidando-se na área de otimismo. Já o de condições, ainda está pessimista, abaixo dos 50 pontos, mas teve alta de 2,9 pontos, este mês, saindo de 44,2 para 47,1 pontos.

“Essa melhora no resultado da pesquisa já é um reflexo claro da aprovação da Reforma da Previdência em primeiro turno”, afirma o presidente da Fiep, Edson Campagnolo. “O industrial entende que há um esforço do governo em ajustar as contas públicas, sinalizando, por exemplo, que lá na frente não haverá aumento de impostos, medida que prejudica o setor produtivo”, acrescenta.

No indicador de condições, que ainda está abaixo dos 50 pontos, houve uma melhora proporcional tanto do que se refere às condições da empresa quanto da economia nos últimos meses. Já no de expectativas, o empresário se mantém confiante numa mudança positiva de cenário na economia e no seu próprio negócio. “Isso ocorre ainda de forma cautelosa por parte do industrial paranaense, que tem uma visão otimista de longo prazo, para 2020”, explica o economista da Fiep, Evânio Felippe.

Segundo o economista, o mercado ainda é influenciado pelas expectativas de baixo crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), previsto em 0,81%, segundo o último Relatório de Mercado Focus, divulgado pelo Banco Central. Mas o que se espera é que o governo promova, ainda este ano, a aprovação da Reforma Tributária – que pode racionalizar o sistema de cobrança de impostos. Assim como realize privatizações em estatais deficitárias – principalmente na área de infraestrutura, que podem melhorar a eficiência das empresas.

Para Campagnolo, outra medida importante para que a economia volte a crescer de forma mais robusta é a redução na taxa de juros e, consequentemente, dos custos para investimentos. “Só assim o setor produtivo aumenta a competitividade e ganha fôlego para gerar mais empregos”, comenta o presidente da Fiep.

Sondagem Industrial
Apesar da última pesquisa divulgada pelo IBGE informar o crescimento da produção industrial do Paraná, a maior do país, com alta de 10,4% este ano, a avaliação da Fiep é de que o que ocorre de fato é uma adequação da produção por parte das empresas. “Para não aumentar ainda mais o estoque, já que as vendas não estão evoluindo como previsto, cerca de 60% das empresas pesquisadas informaram operar com menos de 70% de sua capacidade instalada, quando o ideal seria entre 80% e 90%. Ou seja, a produção tem crescido em função de um ajuste na ociosidade das máquinas”, justifica Felippe.

É o que confirma outro item avaliado na pesquisa mensal, em relação ao volume de produção. Até 56% das participantes revelaram estabilidade, e 32%, queda neste quesito em relação ao mês anterior. “É uma adequação a um ritmo menor de crescimento da economia”, conclui.