BUENOS AIRES, ARGENTINA (FOLHAPRESS) – Por 54 votos a favor, 2 contra e 2 abstenções, o parlamento unicameral do Peru aprovou uma lei que beneficia o ex-presidente Alberto Fujimori, liberando-o de voltar à prisão após decisão da Corte Suprema, que revogou o indulto dado a ele pelo ex-presidente Pedro Pablo Kuczynski.

A nova legislação, elaborada por uma congressista da Força Popular, o partido fujimorista, permite que adultos maiores de 65 anos que tenham cumprido um terço de sua pena possam ser transferidos à prisão domiciliar. No caso de Fujimori, condenado a 25 anos de cadeia em 2009 por abusos de direitos humanos e corrupção, este já havia cumprido 8 anos.

Ainda que existam processos em aberto contra ele, Fujimori poderá se beneficiar da lei e aguardar os novos julgamentos em casa, sob vigilância a ser definida, provavelmente envolvendo o uso de uma tornozeleira eletrônica e a limitação de uma distância dentro da qual poderá se movimentar.

A oposição, por meio do partido esquerdista Nuevo Perú, tentou barrar a estratégia fujimorista, fazendo com que o projeto passasse antes pela Comissão de Justiça do Congresso, mas a proposta foi negada.

A congressista Marisa Glave, do Nuevo Perú, considerou muito grave a aprovação da lei, que liberará não apenas Fujimori “mas toda a geração de cúmplices que ele montou para cometer violações de direitos humanos e outros delitos.”

Os parlamentares oposicionistas disseram que levarão a questão novamente à Suprema Corte. Enquanto isso, desde o quarto da clínica em que foi internado às pressas pelo filho, Kenji, Fujimori gravou um vídeo pedindo que não o levassem de volta à cadeia. “Se for para lá, irei morrer”.