Divulgação – Brie Larson como a Capitã Marvel: “Para mim

Alerta de Spoiler: em uma das cenas pós-créditos de ‘Vingadores: Guerra Infinita’, o espião Nick Fury consegue mandar uma mensagem em um pager antes de desaparecer no universo. O aparelhinho cai no chão e, instantes depois, aparece um brasão vermelho e azul com uma estrela no meio. Fãs de quadrinhos entraram em polvorosa: é a Capitã Marvel!

Mas quem é a Capitã Marvel para quem não é fã de quadrinhos? Afinal, ela nunca havia aparecido em nenhum filme dos Vingadores ou de outros heróis Marvel. Nas HQs, ela é Carol Danvers, piloto da Força Aérea dos EUA. Uma vez submetida à tecnologia superior da raça alienígena Kree (que é citada em ‘Guardiões da Galáxia’), adquire superforça, capacidade de voar e o poder de soltar raios de energia pelas mãos.

No filme que estreia nesta quinta-feira (7), a heroína é interpretada por Brie Larson. Além de todos esses poderes, ela responde a um ser superior e é treinada por outro Kree (Jude Law), que a repreende o tempo todo por dispersar o foco, deixando-se levar pela emoção. Seus inimigos são os skrulls. Num filme cheio de reviravoltas, ela acaba mudando seus parâmetros de bem e de mal. E se firma como uma heroína superpoderosa. Assim sendo, é ela quem vai chutar o traseiro do vilão Thanos em ‘Vingadores: Ultimato’, aguardadíssima continuação de ‘Vingadores: Guerra Infinita’ e que estreia em 25 de abril.

Além de chutar o traseiro de Thanos, a Capitã Marvel tem outra serventia para o universo Marvel: apresentar uma herói mulher em meio a um universo quase totalmente masculino. Questão de representatividade, coisa que o estúdio já havia alcançado com o elogiável ‘Pantera Negra’ em relação aos afrodescendentes.

No caso de filmes com heroínas mulheres de HQs, a Warner já conseguiu um excelente resultado com ‘Mulher Maravilha’. Ajudava o fato de a DC Comics (pertencente à Warner) tem em seu portfólio uma heroína de primeira linha com carisma suficiente para segurar um filme sozinha. A Marvel não tinha. Tirando as mutantes dos X-Men e Susan Storm, a mulher invisível – que não podem aparecer nos filmes da Marvel por questões contratuais –, todas as heroínas de mais nome são versões femininas de heróis homens. Mulher-Aranha, Mulher-Hulk, Vespa…

E isso inclui até a Capitã Marvel. Nos quadrinhos da Marvel, havia o Capitão Marvel, um alienígena Kree chamado Mar-Vell, que adotou a Terra como sua casa. Em uma de muitas vezes que salvou a Terra, o herói teve câncer – após entrar em contato com um composto radiativo do exército norte-americano – e morreu, numa história de soltar lágrimas, escrita e desenhada por Jim Starlin em 1982.

A vantagem de Carol Danvers (que desde sua criação era Miss Marvel) é ter se tornado maior que sua contraparte masculina. Em 2012, há sete anos, ela tornou-se Capitã Marvel, não mais a Miss Marvel. Como Capitã, ela ganha um filme-solo que se passa nos anos 90 e traz um Nick Fury (ainda o bom e velho Samuel L. Jackson) vinte anos mais jovem (e com os dois olhos). Daí o pager, numa época em que não tinha celular. Nick Fury sabe o que faz ao chamar a Capitã Marvel. O poder está com ela. O de chutar o traseiro de Thanos, pelo menos.

Atriz defende representatividade feminina
Brie Larson, a atriz que dá vida à heroica Capitã Marvel, esteve no Brasil em dezembro, durante a Comin-Com, em São Paulo. Na ocasião, defendeu maior representatividade feminina no universo dos super-heróis — algo ainda pouco usual.

“Estamos contando uma história feminina, mas não basta dizer ‘você só contratou uma mulher como protagonista e depois nós o fizemos!”, disse a atriz. “É preciso infundir isso em todos os aspectos. Temos que fazer com que realmente haja mais cadeiras nesta mesa, temos que mostrar que nós agimos sempre de acordo. Que não estamos só colocando isso em um pôster, estamos vivendo isso”. Brie Larson afirmou que a personagem tem que descobrir a força dentro dela. “É o que toda mulher tem de fazer, num mundo dominado por homens.”, declarou.

A atriz disse que adorou a ideia conceitual da diretora do filme, Anna Boden. “Para ela, o filme teria de ter muita ação e humor, e ser realmente movimentado e divertido. Mas isso era só uma parte, porque Carol Danvers também deveria ter um lado mais denso e até sombrio”, falou Brie “Ela descobre detalhes que abalam seu conhecimento das coisas, e do universo. Então eu deveria trafegar entre extremos. Quando é divertido, é muito divertido. Quando é denso, é muito denso”.

“Para mim, a Capitã é a personagem mais forte do universo Marvel”, explica Brie Larson. “E o legal é que Carol (Danvers) já era durona muito antes de adquirir superpoderes. Adorei fazer. Não é pesada nem amargurada, tem prazer em ser quem é. Lutar é uma forma de brincadeira.”