SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O conselho administrativo da Renault ratificou nesta quinta-feira (13) Carlos Ghosn, preso no Japão por ocultar parte de sua renda, como presidente da multinacional.

Ghosn permanece como presidente e diretor-geral, como havia sido anunciado em 20 de novembro, explicou o principal fabricante de automóveis francês, que “não está em posição de decidir” sobre as acusações contra ele.

O conselho de administração da Renault chegou à “conclusão preliminar, à conformidade dos elementos de remuneração do presidente-gerente geral da Renault e das condições de sua aprovação de acordo com as disposições legais”, referindo-se a às apurações iniciadas após a prisão de Ghosn no Japão.

Os administradores da empresa designaram provisoriamente a Thierry Bolloré como diretor-geral do grupo.

Após o escândalo,  Ghosn foi demitido da presidência dos conselhos de administração da Nissan e da Mitsubishi no Japão.

INVESTIGAÇÃO PRÓPRIA

Ainda nesta quinta, a Renault informou que a auditoria realizada após a prisão de Ghosn não encontrou irregularidades em seus salários como presidente da montadora francesa.

O comunicado da Renault, divulgado depois de uma reunião de diretoria de cinco horas, pouco ajudou para resolver o impasse com a parceira japonesa.

O conselho da Renault também pediu que os advogados da empresa continuem examinando um dossiê de denúncias entregues pela Nissan esta semana, afirmou a empresa em comunicado.

Porém, de acordo com a “conclusão preliminar” da investigação interna foi que a remuneração de Ghosn na Renault estava “em conformidade com a lei aplicável” e com diretrizes de governança, disse a montadora francesa. A empresa não fez comentários sobre as alegações da Nissan.

A crise na diretoria abalou a aliança Renault-Nissan-Mitsubishi e o presidente-executivo da Nissan, Hiroto Saikawa, pediu mudanças para diminuir o controle dos franceses.

A Renault detém 43,4% da Nissan, que possui 15% da francesa, sem direito a voto. A Nissan, por sua vez, controla a Mitsubishi através de uma participação de 34%.

De acordo com dados revelados pela investigação da Nissan, Ghosn também teria usado fundos da empresa para uso pessoal, além de ter cometido outras condutas impróprias. O relatório de 400 páginas foi compartilhado com advogados da Renault.