Na semana em que os conselheiros receberam documento da diretoria informando de um déficit anual do Corinthians de R$ 144 milhões, o clube acertou a contratação do atacante Luan por R$ 20 milhões com pagamento à vista. Apesar do problema financeiro, a compra do primeiro reforço para 2020 foi possível graças ao patrocinador master do time profissional, o BMG.

O banco foi quem revelou a contratação. A hashtag #NãoésóPatrocínio no post do Twitter indica que a parceira pode colaborar ainda mais para a formação de um elenco forte na próxima temporada. O BMG pode, por exemplo, contribuir para a chegada de dois outros jogadores. O clube ofereceu 5 milhões de euros (R$ 22 milhões) pelo atacante Michael, do Goiás, e 2 milhões de euros (R$ 9 milhões) pelo volante Victor Cantillo, do Junior Barranquilla. As duas propostas iniciais foram recusadas.

O Corinthians recebeu R$ 30 milhões do BMG em janeiro, valor correspondente a dois anos de patrocínio e mais R$ 6 milhões em adiantamento referentes a eventuais lucros que a parceria poderá trazer. O contrato tem duração de cinco anos, com possibilidade de renovação por mais cinco.

Em entrevista recente ao Estado, o vice-presidente de negócios do BMG, Márcio Alaor, fez uma análise animadora do primeiro ano dessa união e disse esperar que os negócios engrenem a partir de 2020. A ideia é dar atenção especial ao banco digital Meu Corinthians BMG. Segundo Alaor, o primeiro ano de parceria rendeu cerca de 100 mil correntistas.

O Meu Corinthians BMG funciona como qualquer banco digital. O cliente tem a conta para movimentar e pode ter cartões de débito e crédito. Não há anuidade. A diferença para os demais bancos é que nos próximos meses o cartão oferecerá descontos nos ingressos para os jogos na arena em Itaquera e também nas lojas oficiais do clube.

NO VERMELHO – O patrocínio master do BMG foi uma das poucas boas notícias para o departamento financeiro do Corinthians na temporada. Sem conseguir negociar nenhum grande jogador, o clube fechará 2019 ainda mais endividado. A entrada da última parcela dos direitos de TV em dezembro deve diminuir o prejuízo milionário.

E a expectativa para a próxima temporada também não é das melhores, com déficit anual de R$ 21 milhões. Em 2018, o Corinthians já terminou no negativo, em R$ 18,7 milhões. O documento atual tenta justificar o péssimo momento financeiro com gastos salariais e a dificuldade no mercado para vender jogadores para o exterior.

No ciclo de planejamento elaborado no final do ano passado com as previsões orçamentárias para 2019, a projeção era fechar no positivo em R$ 650 mil. Para isso, o clube esperava arrecadar R$ 240 milhões com direitos de TV e receber R$ 54 milhões com a venda de atletas. Mas não deu certo. Em recente atualização, a projeção é embolsar R$ 228 milhões com a TV e encerrar o ano com R$ 24 milhões em vendas de jogadores.