A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Assembleia Legislativa que investiga o contrato do governo do Estado de manutenção da frota de veículos oficiais com a empresa JMK anunciou que pretende ouvir dois ex-secretários da Administração dos governos Beto Richa, Dinorah Nogara e Reinhold Stephanes. Segundo o presidente da CPI, deputado Soldado Fruet (PROS), os dois devem ser ouvidos na próxima terça-feira.
Nogara estava à frente da pasta quando o governo lançou a licitação e realizou o pregão, em 2014, e na assinatura do contrato com a JMK, em janeiro de 2015. Em março de 2016, foi substituída por Stephanes, que comandou a secretaria até outubro do mesmo ano e voltou ao posto em janeiro de 2019.
Na reunião de ontem foram ouvidos dois delegados da Divisão de Combate à Corrupção (DCCO): Alan Flore, titular da delegacia, e Guilherme Dias, responsável pelo inquérito. Flore explicou que, desde o início do contrato, servidores que utilizavam os veículos oficiais, entre eles policiais, estranharam o superfaturamento nos serviços das oficinas credenciadas pela JMK. “Um conserto que sairia por R$ 1 mil no particular ficava em R$ 4,5 mil a R$ 5 mil”, exemplificou.
A Polícia Civil analisou cerca de 2 mil das mais de 200 mil ordens de serviço abertas pela JMK. O edital exigia três orçamentos. “Eles direcionavam os orçamentos para uma oficina e falsificavam o segundo e terceiro”, citou Flore.
Defesa – Através de sua assessoria, a JMK divulgou nota afirmando que pelo contrato, “cabia ao Estado, através do Departamento de Gestão de Transporte Oficial (DETO) (…) autorizar a ordem de serviço, verificar e aprovar o orçamento, deixar o carro na oficina e checar se o serviço havia sido feito conforme orçado”. E que “a falta de regularidade no pagamento das oficinas mecânicas é consequência dos atrasos crônicos nos repasses do Governo” para a quitação dos serviços prestados.