Arquivo/ABr

Curitiba confirma o primeiro caso da varíola causada pelo vírus monkeypox em morador do município. O caso, que é importado, estava em investigação desde a última semana. Trata-se de um homem, de 31 anos, com histórico de viagem ao estado de São Paulo, entre os dias 16 e 18 de junho.

O paciente, que passa bem, continua sendo monitorado e está em isolamento em casa. Os contatos diretos dele também estão sendo observados.

Esse paciente foi atendido inicialmente numa UPA de Curitiba, no dia 24 de junho, com relato de febre e alergia de pele. Amostras para confirmação do diagnóstico haviam sido coletadas no hospital, em ambiente isolado, e encaminhadas para o Laboratório Central do Estado (Lacen-PR), responsável pela articulação com o Ministério da Saúde para envio ao Laboratório de referência para casos desta doença, em São Paulo. O resultado saiu neste último fim de semana.

Além deste caso confirmado, Curitiba registrou nesta segunda-feira (4/7), um segundo caso suspeito da doença no município. O novo caso em investigação também é importado. Trata-se de homem, de 29 anos. Em princípio, não há qualquer vinculação entre os dois casos.

Rede preparada
De acordo com a secretária municipal da Saúde de Curitiba, Beatriz Battistella, a Secretaria, assim como os serviços de saúde do município, estão prontos para atender, monitorar e encaminhar os casos suspeitos da doença.

“As autoridades de saúde municipais, estaduais e nacionais estão mobilizadas para identificar as pessoas que tiveram contato com indivíduos positivos para o vírus monkeypox, para que possam monitorar sua saúde e evitar o espalhamento da doença”, explicou Beatriz Battistella.

A secretária municipal da Saúde alerta que não há motivo para pânico em relação a monkeypox. “Essa doença tem um prognóstico muito benigno. Ou seja, salvo raríssimas exceções, não há agravamento do paciente, bem diferente do quadro que tínhamos do coronavírus no início da pandemia”, completa.

Além disso, lembra Beatriz, não há transmissão comunitária do vírus na cidade, uma vez que o caso confirmado é importado.

Segundo a secretária, esse vírus exige um contato mais íntimo, para que ocorra a transmissão. “Ao contrário de outros vírus muito transmissíveis, como o coronavírus, o influenza ou o do sarampo, esse vírus deste tipo de varíola exige um contato direto principalmente com as lesões de pele para que ocorra a transmissão”, explica.

Mesmo assim, segundo a secretária, o isolamento do paciente com suspeita é fundamental para não expor outras pessoas ao risco.

Orientações
Neste momento, em relação à monkeypox, a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) de Curitiba orienta maior atenção para pessoas que venham a apresentar na pele pústulas (bolinhas vermelhas com pus) após viajar para locais que já declararam surto ou depois de ter contato íntimo com alguém diagnosticado recentemente com a doença.

“Neste caso, a orientação é procurar um serviço de saúde, para investigação, pois esses sintomas são comuns a várias doenças, e somente um profissional de saúde poderá avaliar para notificar a SMS e orientar corretamente o paciente”, explica o diretor do Centro de Epidemiologia da SMS, Alcides Oliveira.

Ele lembra que, para a definição de casos suspeito, não basta a presença de lesões da pele. “É fundamental a informação epidemiológica de contato com pessoa diagnosticada com a doença ou da viagem”, diz. “Várias doenças alérgicas ou infecciosas como a varicela ou catapora se caracterizam por lesões do tipo vesículas e pústulas, mas que não têm nada a ver com a infecção pelo vírus monkeypox”, explica.

Em caso de dúvida, a Central 3350-9000 da SMS também pode ser acionada pela população, caso a pessoa apresente lesões na pele e tenha tido contato com suspeito ou viagem recente. “Após o contato com a Central, caso seja indicado, o paciente será orientado e encaminhado para um serviço de saúde, em caso de necessidade”, diz a secretária.