O Curitiba Trade Center, mais conhecido como o prédio do relógio da Alameda Doutor Carlos de Carvalho, no coração da cidade, tornou-se uma referência no mundo das criptomoedas. É que ali, num espaço de 700 metros quadrados, funciona o Grupo Bitcoin Banco, fundado em julho do ano passado e que conta com o primeiro banco físico da América Latina para atendimento de clientes no que tange criptomoedas.

Fundado em julho do ano passado, após mais de um ano de estudos de mercado e legislação, a empresa ajuda a reforçar o perfil de vanguarda da Capital, que em 2014, anos antes do mercado de criptomoedas se popularizar, já inaugurava a primeira loja física da casa de câmbio BitcoinToYou. Em setembro, o grupo comprou ainda a exchange Negocie Coins, uma espécie de corretora qie. na época, era a quinta maior do país – hoje é a líder do setor.

A escolha de Curitiba para receber a primeira sede física do grupo, inclusive, foi estratégica. Fala-se que o público curitibano é muito exigente e há até pesquisas que apontam nesse sentido. Então muitos produtos são lançados como piloto em Curitiba e, se aceitos aqui, o serão em qualquer lugar do país. E nos apegamos muito a isso, afirma Adriana Siliprandi Hishida, diretora comercial do Bitcoin Banco.

Essa, porém, não foi a única medida que o grupo tomou para trazer mais segurança aos investidores. A exemplo da diretora comercial, todos os profissionais da empresa têm experiência no mercado financeiro convencional.

Tamanho esforço tem dado resultados. Cerca de 30 pessoas passam todos os dias pela agência física, entre curiosos e investidores. Para quem quiser investir, é possível abir uma conta na exchange Negocie Coins, uma espécie de corretora, com valores a partir de R$ 50. Como no mesmo prédio fica o banco, é possível já fazer o investimento na criptomoeda para ela rentabilizar.

Quem compra um bitcoin já tem uma remuneração pré-fixada. Mas a moeda está em tendência de valorização também, o que é mais um ganho. Em minha carreira, nunca vi um atrativo ganhar 3.000% em dois anos. Então muitos curiosos vem aqui, mas com esse discurso e a facilidade de investir, temos realizado muitos negócios, comemora Adriana.


Nos planos: tornar as criptomoedas uma forma de pagamento corriqueira

Se em termos de investimento a bitcoin já deixou de ser novidade, conquistando grande número de jovens investidores, o desafio agora é tornar a criptomoeda algo que faz parte do dia a dia dos cidadãos. Em Curitiba, por exemplo, ainda não há estabelecimentos que aceitam o pagamento em bitcoin. Por isso o Grupo Bitcoin Banco criou a empresa Open Coin, que visa a utilização das criptomoedas como meio de pagamento.

Hoje, vale a pena usar bitcoins para comprar imóvel, carro, coisas de valor mais expressivo. Mas para coisas de menor valor, como pagar um cafézinho, fica muito caro. Então estamos estudando meios de baratear e viabilizar esse custo. Estamos desbravando esse marzão brasileiro, que é pouco explorado no que tange ao comércio, para tentar uma aceitação em massa como meio de pagamento por parte dos clientes, afirma a diretora comercial do grupo.


A tendência prevê valorização maior, afirma diretora do Bitcoin Banco

Apesar de um início de 2018 ruim, com a maioria das criptomoedas em queda, Adriana Hishida afirma que a tendência para o ano é de ainda mais valorização da bitcoin. É que só existirão em todo o mundo 21 milhões de bitcoins, dos quais 17 milhões já estão no mercado. Ou seja, a mineração vai acabar. E com a demanda em alta e o produto em escassez… Aí entra em cena o que Adam Smith chamou de ‘mão invisível do mercado’.

O que regula o bitcoin é a lei da oferta e demanda. Ele é um ativo finito e a tendência é valorizar, porque quando surge a escassez, temos maior demanda e aí sobe o preço”, afirma a diretora comercial do grupo Bitcoin Banco. “E se hoje já existe uma procura elevada, imagine quando houver escassez… É uma premissa básica da economia a qual nos apegamos. Por isso, acreditamos que a tendência de alta é muito grande nos próximos anos, aponta.


Rápida

Aluguéis

A imobiliária inspira Imóveis, também do grupo Bitcoin Banco, está aceitando moedas digitais para o pagamento de caução em contratos de aluguem com possibilidade de lucro para os locatários – no final do contrato, eles recebem a variação positica do bitcoin no período. Se a criptomoeda perder valor, o cliente não terá prejuízo e receberá o valor nominal empregado. O valor da caução segue o mesmo padrão do mercado ‘tradicional’, equivalente a três aluguéis em reais, convertidos em bitcoins. Com a novidade, pretende-se desburocratizar a negociação entre locador e locatário, segundo afirma Carlos Augusto Albertini, gerente da Inspira Imóveis.