Franklin de Freitas – Renata de Oliveira deixou o emprego para se dedicar ao artesanato

O mercado de produtos artesanais está em alta em Curitiba. Prova disso é que um levantamento feito pelo Elo7, maior marketplace de produtos criativos do país, apontou a Capital como um dos grandes destaques em termos de compra e venda: a cidade ficou em 3º lugar (dentre as 3,7 mil cidades que a plataforma atua) como a que mais vendeu produtos artesanais e em 5º lugar como a que mais comprou.
Além disso, Curitiba também se destacou como a 4ª cidade do país com mais lojistas cadastrados, sendo  88,7% do sexo feminino e 11,3% masculino.
Segundo Carlos Curioni, CEO do Elo7, o crescimento do empreendedorismo na região, aliado à valorização de produtos feito à mão, são fatores que podem explicar o destaque que Curitiba alcançou nos últimos anos. Ao priorizar no momento da compra os produtos feitos pelos microempreendedores, os consumidores acabam por fomentar o empreendedorismo regional.
“Com certeza hoje o mercado de produtos criativos e autorais apresenta um movimento contracíclico diante do atual cenário econômico brasileiro e é visto como um setor promissor para driblar o desemprego e, até mesmo, garantir uma renda extra. Prova disso é que, apenas em 2017, o Elo7 movimentou R$ 550 milhões, e a expectativa é de crescimento de 50% em 2018”, afirma Curioni.

Criatividade e muito esforço são essenciais
Para fazer o negócio vingar, contudo, o artesão tem que se empenhar. É o caso de Renata de Oliveira. Como não tem funcionários, é ela mesma quem cria os produtos, testa e depois alimenta os sites, tendo de tirar foto, editar e postar para depois vender. Além disso tudo, tem ainda a correria para cuidar do estoque e conferir com os fornecedores se eles tem os produtos dos quais ela precisa.
“Tem bastante coisa, é corrido. Mas para conseguir uma demanda grande, tem de ser assim”, conta a empresária e artesã, que nos períodos de maior procura contrata outros profissionais para ajudá-la – como acontece nos finais de ano -, além de estar sempre procurando inovar para chamar a atenção dos clientes. 
“Tem alguns períodos com maior procura, mas não é fixo. Agora, por exemplo, eu criei uma pulseira das profissões para as meninas, pensando nessa época de formaturas. Tive bastante procura”, destaca.

Do turismo para o artesanato meio que por acidente
A maior parte da carreira profissional de Renata de Oliveira Mello, hoje com 34 anos, foi construída no setor turístico. Formada na área, ela trabalhou por 10 anos em empresas do setor. Em 2012, porém, resolveu mudar de ares. 
“Eu tinha trocado de um emprego por outro e não tinha dado certo. Foi quando resolvi largar meu trabalho. Fiquei com depressão, pensei em largar tudo, mas aí uma amiga me chamou na casa dela, disse que ia fazer colar”, conta Renata.
O que começou como uma espécie de terapia logo tomou outras dimensões. No início, ela postava no Facebook o que produzia e oferecia aos amigos.”Eu postava e logo vendia. Aí vi que tinha um negócio e comecei a in vestir. Montei um ateliê em casa, comecei a montar as peças aos poucos e em 2013 me cadastrei no Elo7”, relata.
Hoje, sua loja, chamada Remix Acessórios, conta com mais de seis canais de venda, em sites como Elo7, Mercado Livre, Enjoei, Instagram e Facebook. E a demanda é crescente.
“A procura é boa. Estamos sempre correndo atrás de coisas novas, ideias novas, clientes novos. Como os produtos são baratos, não pesam tanto no bolso, nem senti o impacto da crise.”