Divulgação/Assessoria de imprensa

Julho é mês de férias, de descanso, mas também é uma época propícia para pensar na saúde. E para quem tem Estrabismo, um novo método para corrigir esse problema ocular está disponível em Curitiba. Trata-se da técnica fórnice, procedimento minimamente invasivo, desenvolvido nos EUA, e recomendado no tratamento de crianças e adultos jovens.

O procedimento cirúrgico é realizado em poucas cidades no Brasil. Há profissionais que atendem em Curitiba, São Paulo, Belo Horizonte e Feira de Santana (BA). Nas demais localidades do país é utilizada a técnica convencional. A cirurgia pode ser realizada em qualquer estação do ano, porém o inverno é a época preferida pelos pais, porque a recomendação no pós-operatório são três semanas sem praia, piscina e esportes com bola. “Definitivamente, o clima do inverno ajuda a controlar o tipo de atividade dos pequenos”, explica a oftalmologista Dayane Issaho, especialista em Oftalmopediatria e Estrabismo pela Universidade Federal de São Paulo e University of Texas Southwestern, em Dallas, EUA.

O estrabismo é o desalinhamento dos olhos e acomete de 2 a 4% da população. Na infância ele pode estar relacionado a hipermetropia (dificuldade em ver de perto) e neste caso o tratamento mais indicado é o uso de óculos. Porém, se não há erro refracional nos olhos ou se o desvio persiste mesmo com o uso dos óculos, a cirurgia é a melhor opção para a correção do Estrabismo. Segundo Issaho, em estrabismos congênitos, a partir dos 6 meses de idade já é possível realizar a operação.

A médica ressalta a importância dos pais estarem atentos à saúde ocular dos filhos. “A fase de maturação cerebral da visão acontece até os oito anos de idade, mas o desenvolvimento da visão em profundidade (3D) ocorre antes dos 2 anos. Então, qualquer tipo de alteração nesse período do desenvolvimento visual pode resultar em ambliopia (visão preguiçosa) ou déficit de visão em profundidade para o resto da vida”, alerta. Há situações em que a intervenção cirúrgica pode esperar um tempinho a mais para ser realizada. No entanto, isso só pode ser diagnosticado pelo médico especialista.

Um estudo realizado em pacientes com estrabismo em São Paulo revelou que o estrabismo convergente é o tipo mais comum (62% dos desvios encontrados), especialmente em crianças com até 5 anos de idade. Já o estrabismo divergente é mais comum em adultos.

*Tipos de estrabismo*
Se os olhos desviam-se para dentro é chamado de estrabismo convergente ou esotropia; para fora é o estrabismo divergente ou exotropia e algum desvio no sentido vertical é conhecido por hipotropia ou hipertropia. O desvio ocular pode se manifestar desde o nascimento, em crianças maiores ou mais tarde, na idade adulta. A cirurgia de estrabismo consiste na mudança da posição dos músculos extraoculares ou de seu encurtamento. Tradicionalmente, é realizada através de uma incisão na conjuntiva com cortes radiais ao limbo. Esse método convencional requer ao menos 4 pontos de sutura para o fechamento da conjuntiva.

*Técnica fórnice ou minimamente invasiva *
O grande diferencial desta técnica é o tamanho da incisão na conjuntiva, que é muito menor do que a realizada na técnica convencional. Pode parecer pouco, mas para o paciente representa uma recuperação mais rápida no pós-operatório. Essa técnica foi desenvolvida pelo Dr Marshal Parks nos Estados Unidos na década de 80 e, desde então, tornou-se a mais popular entre os cirurgiões de estrabismo norte-americanos para pacientes abaixo de 40 anos. Aqui no Brasil, poucas são as cidades que realizam tal procedimento.

Outras vantagens são:
– Menor trauma cirúrgico, causando menos dor e menos inflamação no pós-operatório;
– Possibilita acesso a mais músculos pela mesma incisão;
– Processo de cicatrização e recuperação mais rápidos;
– Menor tempo de cirurgia;
– Uso de somente 1 ou 2 pontos de sutura para fechar a conjuntiva (ao invés de 4 ou 5 na técnica tradicional);
– Facilita cirurgias subsequentes, caso o paciente necessite de uma re-operação no futuro;
– A cicatriz cirúrgica fica escondida sob a pálpebra.

A correção do estrabismo vai muito além do que a questão estética. “Há todo um aspecto psicológico envolvido no tratamento. A correção do desvio ocular melhora a autoestima, o convívio social, o desempenho na escola. Na idade adulta, pessoas com estrabismo podem apresentar dificuldades de conseguir emprego ou encontrar parceiros”, conta Dayane Issaho.
Segundo ela, um estudo na Suíça revelou um dado até certo ponto perverso para quem possui estrabismo. Na busca por emprego, mais de 70% dos recrutadores disseram que a pessoa com estrabismo tem menos chance de conseguir uma vaga, mesmo com capacidade e currículo parecido com os das pessoas que não tem o desvio ocular.