Franklin de Freitas – Flávia Pietro

Lançado há cerca de duas semanas, o movimento #compredopequeno começa a ganhar força em Curitiba. A capital paranaense, mostram dados da plataforma Vai de Visa, é uma das que mais aderiu ao projeto, que tem como intuito auxiliar pequenos e médios empreendedores a manter seu fluxo de caixa em meio à pandemia de coronavírus.

A iniciativa, que faz parte de uma parceria firmada com o EBANX e a Liuv, já conta com mais de 500 cadastros, sendo que 17% dos estabelecimentos comerciais registrados são da capital paranaense, que é seguida pelos municípios de São Paulo (16%) e Brasília (3%), com outras cidades paranaenses, como Cascavel (2%) e Guarapuava (1%), também tendo destaque na adesão.

Em relação aos segmentos que mais tem chamado a atenção na plataforma, oferecendo os mais diversos produtos e serviços, está o setor de Vestuário e Acessórios com 12,4% do número de estabelecimentos registrados. Logo em seguida, vem os segmentos de Cuidados Pessoais – Saúde e Beleza com 9%; Casa e Jardim (3,8%), Alimentação e Bebidas (2,4%) e, por fim, os setores de Educação, Entretenimento e Eletrônicos, com 2% cada.

Uma das curitibanas que já aderiu foi o Paradis Club. Flávia Pietro, diretora administrativa e financeira da balada, conta que o negócio está parado desde o dia 16 de março. Para conseguir algum giro financeiro, a ideia foi criar uma loja com produtos da Paradis, como camisetas, taças, garrafas e vouchers promocionais, que poderão ser utilizados quando a casa voltar a abrir as portas.

“Tem sido interessante. É uma forma da gente se manter conectado com os clientes e pensamos em, de repente, manter uma loja virtual quando a gente voltar com a Paradis. Estamos pensando até numa segunda leva de produtos. É uma nova forma de trabalhar e estamos aprendendo”, comenta ela, contando que o faturamento no virtual ainda é pequeno – embora já seja alguma coisa, considerando que até então o faturamento da casa vinha sendo de zero.

“Eu diria que nem 10% [do que faturávamos antes da crise do coronavírus], é muito pouco. É mais para ter um giro, manter essa conexão com os clientes. Estamos há quase 90 dias fechados, sem perspectivas do que fazer. Estamos tentando uma retomada que, infelizmente, não é o que a gente gostaria, mas a gente precisa voltar, porque se não voltar, não tem como se manter”, diz, revelando que a empresa deverá voltar a abrir as portas nas próximas semanas, mas num novo formato, funcionando como bar.

Expectativa é chegar a até 50% do faturamento original

Uma das principais parceiras na campanha #compredopequeno é o EBANX Beep, plataforma lançada em março deste ano já com o intuito de facilitar o acesso ao e-commerce para aqueles pequenos empreendedores que ainda estavam com a “barriga no balcão”, ou seja, atendendo os clientes apenas fisicamente, presencialmente. Gratuita, a plataforma permite o anúncio dos principais produtos da empresa e aos poucos vai crescendo, na medida em que mais empresas e clientes vão conhecendo a ferramenta.

Segundo Eduardo Pires, head de varejo do EBANX Beep, hoje as empresas faturam por meio da plataforma algo entre 15 e 25% em relação ao faturamento original. A expectativa, no entanto, é aumentar consideravelmente esse índice. “Nossa expectativa, e nossas análises dão conta de que isso é possível, é chegar a 40, 50% do faturamento original. Estamos descobrindo que o mundo online captura novos clientes que esse empresário com porta aberta na rua não atendia”, conta Pires.

Para auxiliar os empreendedores, inclusive, há equipes do EBANX trabalhando exclusivamente para auxiliá-los nesse momento de migração. “Não temos a prerrogativa de imaginar que ele vai vender a mesma coisa no e-commerce, mas a ideia de que ele consiga passar faturando um pedaço do que ele faturava anteriormente. E depois, na volta ao normal, quando voltar a abrir, fazer um trabalho para mantê-lo em todos os canais, de forma que numa próxima crise ele já esteja com a musculutatura mais definida, mais saudável”, mostra.